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    “Não sabemos quem é quem”: Brasileiro em Israel diz desconfiar de todos após ataques

    Helcio Motta Junior afirmou que autoridades recomendaram à população fique em casa e estoque água, alimentos e produtos de higiene

    Tiago Tortellada CNN , São Paulo

    O brasileiro Helcio Motta Junior, de 43 anos, relatou a tensão de quem vive em Israel após os ataques do grupo islâmico Hamas.

    Em entrevista à CNN, ele disse que, quando anda na rua, olha para as outras pessoas e desconfia que sejam terroristas. Motta é amigo de Karla Stelzer, uma das brasileiras que estava em uma festival de música eletrônica no sul do país e desapareceu após os ataques.

    Conforme afirmou Motta, que se mudou para Israel em 2006, é a primeira vez que sente tanta angústia, mesmo tendo presenciado outros ataques no país, inclusive outras ofensivas com mísseis. Desde então, tem tido dificuldades para dormir.

    Veja também — Parentes de brasileiros desaparecidos em Israel relatam apreensão

    “Com todas as notícias, dizem que há muitos terroristas no país. Que roubaram ambulância, carro da polícia, que estão se disfarçando. Não sabemos quem é quem. Está difícil andar na rua, olhar para as pessoas e desconfiar”, ressaltou o brasileiro, que mora próximo ao aeroporto internacional Ben Gurion e a cerca de 15 minutos de Tel Aviv.

    Motta destacou que a primeira sirene que ouviu devido ao ataque do Hamas foi por volta de 7h de sábado (7). Ele estava andando na rua com a filha de três anos de idade, que começou a chorar. Segundo relatou, foi difícil fazê-la voltar para casa.

    Ele é casado com uma israelense e também tem um filho de 10 meses de idade.

    Durante a entrevista à CNN, Motta explicou que trabalha como motorista de caminhão em Israel e que mesmo quando não ouviu sirenes, porque os ataques eram mais afastados do local onde estava, era possível ouvir estrondos e sentir o veículo balançando.

    Ele informou ainda que as autoridades dispararam mensagens em massa pelo WhatsApp com orientações para que a população fique em casa e só atenda a porta se souber quem está lá.

    Além disso, foi recomendado que estoquem comida, água, produtos de higiene, entre outros suprimentos.

    “Não tem como sair de casa, não tem como levar [a filha] para um parquinho. É complicado ficar com criança 24 horas por dia em casa”, lamentou.

    Motta e a esposa moram próximos aos pais dela, que, conforme relatou, não têm bunker em casa, precisando se esconder embaixo da escada em caso de ataques aéreos.

    Centenas de pessoas morreram até o momento durante o conflito. O Hamas alega ter cerca de 100 reféns enquanto Israel cortou o fornecimento de água e eletricidade em Gaza.

    FOTOS — Veja imagens do conflito entre Israel e Hamas

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