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    “Não concordo”, diz chanceler brasileiro sobre críticas da Casa Branca às falas de Lula

    Porta-voz da Casa Branca disse que declaração do presidente brasileiro, que apontou os EUA como culpado pelo prolongamento da Guerra da Ucrânia, se trata de "propaganda russa e chinesa"

    Gabriel Fernedada CNN , em São Paulo

    O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse nesta segunda-feira (17) que não concorda com as crítica feitas pelo porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Kirby respondeu às declarações de Lula, que apontou os Estados Unidos e a União Europeia como culpados pelo prolongamento da Guerra da Ucrânia.

    O porta-voz de Segurança da Casa Branca afirmou que Lula “está reproduzindo propaganda russa e chinesa”. Ainda segundo ele, os comentários foram “simplesmente equivocados”.

    Em resposta a John Kirby, o ministro Mauro Vieira afirmou que o Brasil “quer promover a paz” e “está pronto para conversar sobre a paz”.

    “Não concordo [com críticas feitas pelo porta-voz da Casa Branca]. De forma alguma. Não sei como ele chegou a esta conclusão, mas de forma alguma. Não sei nem quem falou isso. Desconheço. Desconheço as razões pelas quais disse”.

    “Na conversa, tanto comigo quanto com o presidente, não entramos em questões de guerra. Entramos em questões de paz. O Brasil quer promover a paz, está pronto para discutir com um grupo de países, arregimentar um grupo de países ou se unir a um grupo de países que estejam dispostos a conversar sobre a paz. E esta foi a conversa que nós tivemos, foram os temas que abordamos.”

    A fala o ministro ocorreu após encontro com o Chanceler russo Sergei Lavrov, em Brasília.

    O ministro de Relações Exteriores brasileiro disse também que discutiu vários assuntos com Lavrov, e afirmou que identificou “uma quantidade grande de interesses comuns em diversas áreas”.

    “Hoje eu recebi a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Eu o recebi para consultas bilaterais, numa reunião restrita, depois numa reunião ampliada, em que nós discutimos diversos tópicos das relações bilaterais”, disse.

    “Nós tratamos da criação, ainda esse ano, da comissão de alto nível, que é presidida pelo vice-presidente brasileiro e pelo primeiro-ministro russo, e também da comissão intergovernamental, que é a comissão presidida pela secretária-geral do Itamaraty e pela contraparte russa, que examinam as questões de colaboração bilateral e encaminham para  a comissão de alto nível. Identificamos uma quantidade grande de interesses comuns em diversas áreas”, completou.

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