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    Na Síria, sobreviventes do terremoto dormem “no frio congelante”, dizem testemunhas

    Hospitais sofrem com falta de eletricidade e suprimentos; mais de 2.700 pessoas morreram

    Celine Alkhaldida CNN

    As condições no noroeste da Síria são “aterrorizantes” após o terremoto devastador nesta segunda-feira (6), de acordo com testemunhas oculares. O terremoto deixou “famílias inteiras mortas” e “sobreviventes dormindo nas ruas no frio congelante”, disseram à CNN.

    O Dr. Mostafa Edo, diretor nacional da ONG norte-americana MedGlobal passou o dia distribuindo ajuda a hospitais na região noroeste da Síria. Ele mora em Idlib há três anos.

    Ele afirmou que o que tornou esse terremoto particularmente assustador foi o tempo que durou.

    “No prédio onde moro [em Idlib], meu vizinho mora com os pais, ambos com deficiência. Ele não pôde sair de casa durante o terremoto porque teve que ficar ao lado deles porque eles não podiam sair de casa. Eles tiveram que ficar no local por horas absolutamente horríveis quando o terremoto e os tremores secundários ocorreram”, explicou Edo.

    Ele acrescentou: “Um dos meus colegas, com quem trabalho há mais de cinco anos, foi morto há cerca de dois anos em ataques aéreos russos. Eu descobri hoje que toda a sua família, sua esposa e filhos, faleceram hoje quando seu prédio desabou”.

    Recursos limitados para tratar feridos

    Edo pontuou que muitos hospitais da região não estão preparados para emergências como essa e que sua equipe distribuiu suprimentos para as unidades de saúde que recebem o maior número de pacientes.

    Ainda há uma grande demanda por suprimentos como placas ortopédicas usadas para tratar fraturas, mas ele e sua equipe não conseguiram encontrar o suficiente.

    “Hospitais agora estão começando a sofrer com falta de eletricidade. Um grande número de hospitais, que dependia do fornecimento de eletricidade da Turquia ao longo dos anos, agora terá que começar a depender de geradores, que requerem diesel”, destacou.

    Ainda conforme o relato, cidades para as quais ele viajou nesta segunda-feira, incluindo Harem, Darkush, Kafr Takharim e Tal Mileh, estão em situações “particularmente difíceis”, porque os paramédicos não podem usar máquinas pesadas para ajudar nas operações de resgate “devido ao medo de que ainda haja pessoas vivas sob os escombros de edifícios que desabaram totalmente”.

    Khalil Ashawi, um fotojornalista baseado em Jindayris, no noroeste da Síria, disse que em seus 10 anos de cobertura da guerra no país, ele não testemunhou cenas de desastre como as que testemunhou agora.

    “É um desastre. Paramédicos e bombeiros estão tentando ajudar, mas, infelizmente, há muito para eles lidarem. Eles não conseguem lidar com tudo isso”, ressaltou Ashawi.

    “Famílias inteiras foram mortas. Sete a oito pessoas da mesma família, todas mortas. Esse é o tipo de situação que estou vendo e ouvindo hoje”, adicionou.

    “Está congelando no momento, e há tantas pessoas dormindo nas ruas agora porque não têm aonde ir”, complementou Ashawi.

    A família de Ashawi mora na Turquia. Ele diz que sua mãe e seu pai estão desaparecidos desde a manhã.

    Mais de 2.700 pessoas morreram e milhares ficaram feridas depois que um poderoso terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Turquia e a Síria na manhã desta segunda-feira. As autoridades continuam atualizando o número de mortos enquanto os esforços de resgate continuam.

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