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    Na Hungria, Papa Francisco faz apelo à Europa para ajudar imigrantes

    Chefe da Igreja Católica advertiu para o crescimento do nacionalismo no continente e clamou por um retorno ao espírito humanitário pós-Segunda Guerra

    Philip PullellaKrisztina ThanBoldizsar Gyorida Reuters , Budapeste

    O papa Francisco, iniciando uma viagem à Hungria, alertou nesta sexta-feira (28) sobre os perigos do nacionalismo crescente na Europa e disse ao governo de Budapeste que aceitar imigrantes junto com o resto do continente será um verdadeiro sinal de cristianismo.

    Em um discurso contundente para líderes do governo, incluindo o primeiro-ministro Viktor Orbán, que teve uma série de desentendimentos com a União Europeia, Francisco também pediu a rejeição de “formas autorreferenciais de populismo” e interesses estritamente nacionalistas.

    Francisco pediu um retorno à “alma europeia” imaginada por aqueles que lançaram as bases para a Europa moderna após a Segunda Guerra Mundial, dizendo que os países precisam “olhar além das fronteiras nacionais”.

    Falando no dia em que a Rússia atingiu a Ucrânia com os primeiros ataques aéreos em grande escala em quase dois meses, Francisco fez outro apelo pelo fim da guerra no país, pedindo “esforços criativos pela paz” para abafar os “solistas da guerra”.

    A visita de três dias é a primeira do papa, de 86 anos, desde que foi internado em março por causa de uma bronquite.

    Com ar alegre, Francisco, que tem um problema no joelho, usou uma bengala para caminhar ao receber crianças em trajes nacionais no aeroporto. Em chegadas recentes, ele usava uma cadeira de rodas.

    Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán / 01/02/2022 Yuri Kochetkov/Pool via REUTERS

    Questionado por repórteres sobre sua saúde no voo de Roma, o papa brincou, dizendo “ainda estou vivo” e “ervas daninhas teimosas nunca morrem”.

    Orbán e o papa têm opiniões diferentes sobre como lidar com a imigração do Oriente Médio e da África para a Europa, com Francisco acreditando que os imigrantes que fogem da pobreza devem ser bem-vindos.

    Orbán, cujo governo construiu uma cerca de aço na fronteira com a Sérvia para impedir a entrada de imigrantes, recusou-se a permitir que a Hungria se transformasse em um “país de imigrantes”, como ele diz que outros na Europa se tornaram.

    Ele pediu a Francisco em 2021, durante a última visita do papa, “para não deixar a Hungria cristã perecer”.

    (Reportagem de Philip Pullella e Krisztina Than; Reportagem adicional de Krisztina Fenyo e Boldizsar Gyori)

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