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    Na COP28, Lula diz que Brasil participará da Opep+ para convencer produtores que combustíveis fósseis chegarão ao fim

    Presidente brasileiro discursou em encontro com representantes da sociedade civil

    Mathias Broteroda CNN , em São Paulo

    Em seu segundo dia de participações na COP28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil participará da Opep+.

    “Acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis. E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram com o petróleo e fazer investimentos”.

    A Opep reúne países produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã e Iraque. Já a Opep+ inclui outras nações parceiras, mas que não tem o mesmo poder dos integrantes oficiais do grupo.

    A fala de Lula acontece três dias após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ter indicado que o Brasil poderia fazer parte do grupo, durante um encontro virtual da conferência do clima.

    A possibilidade de adesão do Brasil ao grupo foi alvo de críticas de ambientalistas, que defendem o fim o uso de combustíveis fósseis — um dos principais itens na agenda da conferência do clima da ONU.

    Em entrevista durante a COP28, a ministra de meio-ambiente e mudança climática, Marina Silva afirmou que não vê eventual participação do Brasil na Opep+, na condição de observador, como algo contraditório, “se for para levar o debate da economia verde, da necessidade de descarbonizar o planeta”.

    Lula participou de um evento de diálogo com representantes da sociedade civil. A sala reservada para o encontro ficou lotada antes mesmo de o evento começar. Ao lado de fora, uma pessoa levantava uma placa com a frase “Lula, deixa o povo entrar”.

    Em entrevista à CNN após o evento, a integrante da “Coalizão o Clima é de Mudança”, Marcele Maria de Oliveira, que participou do diálogo com Lula, afirmou que o Brasil tem um papel fundamental no debate climático, mas lembrou da importância de estar atento com os diálogos que o Brasil pode estabelecer.

    “É necessária muita atenção na hora em que a gente fala de transição energética e sobre sentar na mesa com pessoas e com organizações e políticos que já disseram declaradamente que não estão afim de pensar nesse assunto. O Brasil está inserido no contexto de sul global com a oportunidade de sentar na mesa do norte global. E isso precisa ser usado com responsabilidade. O Lula afirma estar com responsabilidade, mas a gente tem que seguir de olho, seguir na pressão, porque a gente sabe que se a gente abrir a porteira a boiada passa”, afirmou.

    Agenda de Lula na COP28

    Em seu segundo dia na conferência do clima, Lula também participa de mais uma rodada de encontros bilaterais com o Presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel e o Presidente da União Africana, Sr. Moussa Faki.

    Lula ainda faz encontros com o Primeiro-Ministro da República Democrática Federal da Etiópia, Abiy Ahmed Ali e almoça com o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron.

    O presidente brasileiro participou de uma reunião do G-77+China sobre Mudança do Clima, onde fez um discurso defendendo medidas mais fortes da ONU para acabar com as guerras e um evento sobre proteção de florestas e transição energética, no qual fez um discurso emocionado ao lado de Marina Silva.

    Ao final do dia o presidente brasileiro participa de uma celebração do Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos.

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