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    Na Alemanha, policiais entram em confronto com manifestantes anti-lockdown

    Cerca de 2.200 policiais estão de plantão em Berlim para administrar os protestos; sete pessoas foram detidas após atacarem os oficiais

    Reuters

    A polícia alemã entrou em confronto com manifestantes em Berlim nesta quarta-feira (21), enquanto tentavam dispersar uma manifestação contra o lockdown adotado para combater o coronavírus. No mesmo momento, o parlamento aprovava uma lei que dá ao governo da chanceler Angela Merkel mais poderes para combater a terceira onda da pandemia.

    Merkel redigiu a lei depois que alguns dos 16 estados federais da Alemanha se recusaram a impor medidas duras, apesar do aumento de casos. Seu governo tem sido criticado pelo tratamento dado às restrições e a lenta campanha de vacinação.

    Nas redes sociais, a polícia disse que interromperia o protesto porque muitos na multidão de manifestantes não estavam usando máscaras ou mantendo distância uns dos outros. Cerca de 2.200 policiais estão de plantão em Berlim para administrar os protestos.

    Sete pessoas foram detidas após terem atacado os policiais, enquanto a polícia teve que usar spray de pimenta contra outros manifestantes que jogaram garrafas e tentaram pular barreiras.

    “Paz, liberdade, sem ditadura!” alguns manifestantes gritaram, muitos agitando bandeiras alemãs e faixas que diziam que o bloqueio do coronavírus mina os valores consagrados na constituição.
    Os alemães são sensíveis a qualquer medida que ameace sua liberdade devido ao passado nazista e comunista do país, e manifestações contra a legislação foram realizadas nas últimas semanas em cidades por todo o país.

    A nova lei permite que o governo nacional imponha toques de recolher entre 22h (horário de Brasília) e 5h (horário de Brasília), bem como limites para reuniões privadas, esportes e abertura de lojas. As escolas fecharão e voltarão às aulas online se a incidência do vírus exceder 165 casos por 100.000 residentes.

    A lei foi aprovada com o apoio de 342 legisladores, enquanto 250 votaram contra e 64 se abstiveram. Alexander Gauland, chefe parlamentar do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), disse que o governo está lutando contra a pandemia com medidas erradas. “Eles estão presos em suas trincheiras”, disse ele no debate do Bundestag sobre a lei.

    Ralph Brinkhaus, líder parlamentar dos democratas-cristãos de Merkel, disse que os políticos precisam equilibrar as liberdades civis com a necessidade de salvar vidas. “Estamos em uma situação em que muitas pessoas estão morrendo”, disse ele.

    A Alemanha relatou um aumento de 24.884 casos de coronavírus nesta quarta-feira (21), elevando o total para quase 3,19 milhões. Cerca de 80.634 pessoas morreram e os médicos alertaram que, a menos que sejam tomadas medidas, as unidades de terapia intensiva podem ter dificuldades para lidar com a situação.

    No entanto, nos últimos dias, a taxa de incidência de sete dias diminuiu e agora está em 160,1 por 100.000. A legislação deve ir para o Bundesrat, a câmara alta do parlamento, nesta quinta-feira (22).

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