Nº real de mortos por COVID-19 na Inglaterra e no País de Gales seria 41% maior
Cálculo é do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS). Atualizações divulgadas pelo governo não incluem mortes fora de hospitais, como em casas de repouso
O verdadeiro número de mortes pelo novo coronavírus na Inglaterra e no País de Gales até o dia 10 de abril foi 41% mais alto do que o informado diariamente pelo governo do Reino Unido, segundo dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês).
As atualizações diárias no site do governo incluem apenas mortes em hospitais — e não em outros locais, como unidades de cuidados paliativos, casas de repouso e residências. Elas também não dão conta do atraso na comunicação de algumas mortes.
Os dados semanais divulgados pelo ONS registram mortes em que o coronavírus foi mencionado no atestado de óbito, mesmo se apenas em caso de suspeita. O último dado do ONS para o total de mortes até o dia 10 (mas registradas no dia 18) é de 13.121.
Em comparação, o ONS diz que o número correspondente para Inglaterra e País de Gales divulgado no site do governo britânico foi de 9.288 — uma diferença de 41%.
Os dados também mostram que o número de mortes em lares para idosos quase dobrou nas cinco semanas em que o ONS registrou estatísticas sobre a COVID-19.
O número total de mortes registradas na Inglaterra e País de Gales na semana encerrada em 10 de abril foi de 18.516 — o maior total semanal desde o ano 2000.
A quantidade de mortes em lares para idosos dobrou em relação a quatro semanas antes, quando as primeiras mortes por COVID-19 foram registradas. Houve um aumento de 72,4% em hospitais, e de 51,1% em moradias privadas, segunda a ONS.
A maior quantidade e proporção de mortes por COVID-19 está na faixa etária entre 75 e 84 anos.
O maior número de mortes foi registrado em Londres, enquanto o menor ficou na região nordeste da Inglaterra.