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    Relembre polêmicas envolvendo Giorgia Meloni, futura primeira-ministra da Itália

    Ela será a primeira-ministra de extrema direita da Itália desde a era de Benito Mussolini

    CNN Espanhol

    Giorgia Meloni, líder dos Irmãos da Itália, será a primeira-ministra de extrema direita do país europeu desde a era de Benito Mussolini.

    Sua posição sobre o ditador fascista é apenas uma das controvérsias que cercaram sua figura.

    Aqui, uma revisão de alguns dos dizeres e ações que marcaram a carreira de Meloni e a campanha italiana, na qual seu partido teve uma ascensão meteórica.

    1. “Mussolini foi um bom político”

    “Acho que Mussolini foi um bom político. Ou seja, tudo o que ele fez, ele fez pela Itália. E isso não se encontra nos políticos que tivemos nos últimos 50 anos”, disse Giorgia Meloni entrevista, quando tinha 19 anos. A essa altura, ele já havia passado quatro anos em uma militância de direita iniciada no Movimento Social Italiano, grupo criado em 1946 por seguidores de Mussolini.

    Desde então, Meloni procurou se afastar dessa afirmação. Este ano, segundo a Efe, ela publicou um vídeo durante a campanha eleitoral em que se distanciou do fascismo do ditador Benito Mussolini, aliado de Hitler na Segunda Guerra Mundial.

    “A direita italiana relegou o fascismo à história por décadas, condenando inequivocamente a privação da democracia e as infames leis antijudaicas. E obviamente nossa condenação ao nazismo e ao comunismo também é inequívoca”, disse ela aos 26 anos após sua primeira declaração, segundo o jornal.

    A Reuters explica que, em entrevista à agência no mês passado, negou qualquer nostalgia em relação ao fascismo e se afastou de seus próprios comentários. “Obviamente eu tenho uma opinião diferente agora”, ela respondeu sem elaborar a ideia.

    2. “Sim à família natural, não aos lobistas LGBT”

    A visão política de Meloni parece ter sido condensada em um minuto de um discurso que ela fez na Espanha em junho.

    “Ou você diz ‘sim’ ou diz ‘não’. ‘Sim’ à família natural, ‘não’ aos lobistas LGBT. ‘Sim’ à identidade sexual, ‘não’ à ideologia de gênero.

    ‘Sim’ ‘à cultura da vida, ‘não’ ao abismo da morte, ‘sim’ à universalidade da cruz, ‘não’ à violência islâmica”, disse em um comício do partido espanhol de extrema-direita VOX, em um discurso que transcendeu tanto pelo seu conteúdo e pelo tom que usou, como pode ser visto no vídeo que o grupo espanhol partilhou nas suas redes.

    Seu discurso inflamado, recebido com aplausos de uma multidão, também dizia: “‘Sim’ à segurança das fronteiras, ‘não’ à imigração em massa. ‘Sim’ ao trabalho de nossos cidadãos, ‘não’ às grandes finanças internacionais”. Sim’ à soberania dos povos, ‘não’ aos burocratas de Bruxelas. E ‘sim’ à nossa civilização e ‘não’ aos que querem destruí-la”.

    3. A publicação do vídeo do estupro de uma mulher

    Giorgia Meloni foi duramente criticada depois de publicar durante a campanha um vídeo de uma mulher ucraniana sendo estuprada por um requerente de asilo da Guiné na cidade de Piacenza.

    “Não se pode ficar calado diante deste terrível episódio de violência sexual contra uma mulher ucraniana perpetrado em plena luz do dia em Piacenza por um requerente de asilo. Abraços a esta mulher. Farei o meu melhor para restaurar a segurança em nossas cidades”, escreveu Meloni em suas redes.

    O tweet provocou uma enxurrada de críticas online, bem como de oponentes políticos de Meloni.

    “É indecente usar imagens de estupro. Ainda mais indecente fazê-lo para fins eleitorais”, escreveu na época Enrico Letta, líder do Partido Democrata de centro-esquerda. Igiaba Scego, um proeminente escritora italiana de ascendência somali, acusou-a de explorar a vítima de estupro. “Oferecido como voyeurismo clickbait em vez de protegido. Esta campanha eleitoral é horrível”, escreveu.

    Meloni, que pediu um bloqueio naval do norte da África para impedir que barcos de imigrantes zarpem, disse no Facebook que seus rivais usaram o estupro para atingi-la enquanto ignoravam a vítima para evitar abordar o que ela chamou de emergência migratória.

    4. Sua atitude em relação a Putin

    Entre as controvérsias em torno da futura primeira-ministra da Itália está sua atitude em relação ao presidente Vladimir Putin. Nos últimos dias, circulou uma mensagem de março de 2018 quando, após as eleições na Rússia, ela parabenizou Putin pelo resultado.

    “A vontade do povo nestas eleições parece inequívoca”, escreveu Meloni após uma eleição em que o russo obteve quase 78% dos votos, mas na qual seu adversário mais proeminente, o líder da oposição Alexey, foi impedido de concorrer.

    Também foi repetida uma citação de sua autobiografia publicada em 2021, “Eu sou Giorgia. Le mie radici le mie idee”, na qual ela diz: “A Rússia faz parte do nosso sistema de valores europeu, defende a identidade cristã e combate o fundamentalismo Islâmico”.

    Esta frase foi interpretada como um elogio a Putin, algo que ela negou. O livro continua dizendo que o gigante europeu deve fazer essa defesa “em paz com as nações vizinhas”, e Meloni se manifestou contra a invasão da Ucrânia.

    5. Invista no esporte para combater os “desvios”

    Em um vídeo divulgado durante a campanha eleitoral, Giorgia Melonia insistiu na necessidade de investir no esporte como forma de “combater as drogas, os desvios e formar gerações de novos italianos saudáveis ​​e determinados”.

    Diante da polêmica gerada pelo uso da palavra “desvios”, a Brothers of Italy lançou uma lista reafirmando o conceito que incluía “drogas, alcoolismo, tabagismo, jogo, automutilação, obesidade, anorexia, bullying, babygang, hikikomori”, de de acordo com o relatório da agência estatal ANSA.

    A postagem que apresentava condições médicas como “desvios” foi posteriormente excluída, mas isso não acalmou o debate.

    “Não basta, precisamos de um pedido de desculpas para aqueles que foram insultados e considerados desviantes como obesos ou anoréxicos. Venha e conte às famílias que vivem isso na sua pele”, disse o deputado Dem Filippo Sensi.

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