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    Museu dos Estados Unidos vai devolver estátua de mais de dois mil anos à Líbia

    Especialistas atestam que obra foi saqueada durante a ocupação britânica na Segunda Guerra Mundial

    Zoe Sottileda CNN

    Uma estátua que retrata a figura de homem barbudo, que parece estar caminhando, finalmente será devolvida à Líbia. A figura feita de basalto negro tem cerca de 2.200 anos e foi feita durante a Dinastia Ptolomaica, que governou uma grande parte do norte da África e chegou ao fim em 30 a.C., com a morte de Cleópatra, última rainha da dinastia.

    O objeto foi saqueado da Líbia durante a ocupação britânica na Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Museu de Arte de Cleveland. O território da Líbia, assim como o do Egito, faziam parte do domínio da dinastia.

    O museu, que guarda a peça desde 1991, anunciou o retorno planejado em comunicado à imprensa.

    “Com base em novas informações fornecidas pelo Departamento de Antiguidades e em pesquisas, o museu reconhece voluntariamente a estátua como propriedade da Líbia”, dizia o comunicado à imprensa.

    Mohamed Faraj Mohamed, chefe do Departamento de Antiguidades da Líbia, disse em comunicado que o departamento aprecia “a disposição do Museu de Arte de Cleveland de trabalhar na realização da transferência desta importante obra”.

    “Esperamos continuar a cooperação com o museu”, disse ele.

    A estátua tem quase 60 centímetros de altura e foi formada a partir de basalto, uma “rocha vulcânica dura formada a partir de lava”, segundo o site do museu. O homem barbudo está vestido na “moda contemporânea” da época: “camiseta, saia envolvente e xale”.

    A figura foi descoberta em um grande frasco de armazenamento durante as escavações de 1937-1938 no Palácio Colunado de Ptolemais, na Cirenaica, hoje parte do leste da Líbia, de acordo com um comunicado compartilhado com a CNN pelo Museu de Arte de Cleveland.

    A estátua acabou no Museu Ptolemais, na Líbia, que foi destruído durante a ocupação britânica da região. Uma publicação de 1950 de um estudioso italiano observou que a escultura “provavelmente foi perdida em 1941”.

    Em 1960, a peça chegou a Lucerna, na Suíça. A estátua passou as décadas entre 1966 e 1991 na coleção particular dos colecionadores de arte nova-iorquinos Lawrence e Barbara Fleischman, e foi doada ao museu em 1991.

    “Dada a raridade do tipo de escultura – talhada em pedra, com réplicas precisas muito improváveis ​​– e a semelhança extremamente estreita entre a escultura cedida ao museu em 1991 e a escultura descrita e ilustrada em 1950, juntamente com os acontecimentos de guerra ocorridos na Líbia, o museu concluiu que a escultura pertence legitimamente à Líbia”, disse o museu à CNN.

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