Mulher que escreveu sobre como matar marido é condenada à prisão perpétua por assassinar esposo
O casal tinha dívidas e homem tinha seguro de mais de US$ 1 milhão, argumentaram os promotores
Nancy Crampton-Brophy, autora do ensaio “How to Murder Your Husband” (Como Assassinar seu Marido), foi condenada à prisão perpétua nesta segunda-feira (13) pelo assassinato de seu marido.
Crampton-Brophy, de 71 anos, foi condenada em maio por assassinato em segundo grau na morte de seu marido, o chef Daniel Brophy, em junho de 2018, que foi morto a tiros na escola de culinária onde dava aulas.
Em documentos judiciais, os promotores disseram que o homem de 63 anos foi baleado duas vezes – uma nas costas enquanto estava em uma pia enchendo baldes de gelo para os alunos, e depois no peito à queima-roupa.
O casal tinha dívidas – os romances autopublicados de Crampton-Brophy não eram sucesso de vendas – e ele estava segurado por mais de US$ 1 milhão, argumentaram os promotores.
Crampton-Brophy testemunhou que ela estava melhor financeiramente com o marido vivo – e o fato de sua minivan ter sido vista perto da escola foi apenas coincidência.
Os promotores disseram no tribunal que a autora seguiu o marido para o trabalho e atirou nele com uma pistola Glock. Os investigadores encontraram duas cápsulas de 9mm no local. Ela também comprou um kit de montagem de “arma fantasma” que os investigadores encontraram mais tarde em uma instalação de armazenamento. “Armas fantasmas” são armas de fogo não registradas e não rastreáveis.
Crampton-Brophy comprou uma arma e um kit de arma fantasma como parte da pesquisa para um novo livro, disse ela ao júri.
“O que posso dizer é que foi para escrever”, disse ela. “Não foi, como você acredita, matar meu marido.” As notícias do assassinato e das acusações criminais resultantes foram manchetes em todos os lugares – em parte devido a um ensaio que Crampton-Brophy escreveu sete anos antes da morte de seu marido.
Em 2011, ela publicou em um notório post de blog intitulado “Como matar seu marido”.
“Como escritora de suspense romântico, passo muito tempo pensando em assassinato e, consequentemente, em procedimentos policiais”, começou o post de 700 palavras. Foi publicado em um blog chamado “See Jane Publish” que desde então se tornou privado.
O ensaio foi dividido em seções detalhando os prós e contras de matar um marido vilão.
“Se o assassinato deve me libertar, certamente não quero passar nenhum tempo na prisão”, escreveu Crampton-Brophy. “E deixe-me dizer claramente, eu não gosto de macacões e laranja não é minha cor.”
O juiz decidiu que o ensaio não seria permitido como prova porque foi escrito anos atrás como parte de um seminário de redação e poderia prejudicar injustamente o júri.
Como se vê, os jurados não precisaram lê-lo para chegar ao veredicto.
