MP da Venezuela vai analisar 225 casos de presos em protestos após eleições
ONG Foro Penal apresentou um balanço das pessoas que considera detidas por motivos políticos no país, no qual indica que o número está em 1.976 – sendo 1.848 presos após as últimas eleições
O Ministério Público da Venezuela vai rever as medidas impostas a 225 pessoas presas durante os protestos após as contestadas eleições presidenciais de 28 de julho, informou o procurador-geral, Tarek William Saab, sem especificar quais medidas poderiam mudar.
“Esta ação, que tem como centro o reagrupamento familiar, consolida o compromisso das instituições venezuelanas com a paz, a justiça e os direitos humanos”, afirmou Saab, nesta sexta-feira (15), em coletiva de imprensa.
Ele acrescentou que a decisão foi tomada após “investigações exaustivas baseadas em novos indícios e elementos probatórios”.
Saab acrescentou que durante as manifestações morreram 28 pessoas e quase 200 ficaram feridas, e que 500 propriedades públicas e privadas foram depredadas.
Na última segunda-feira (11), o presidente venezuelano Nicolás Maduro apelou ao procurador e aos juízes do país para “retificar e rever” os casos de detidos em que possa ter havido “algum tipo de erro processual”.
Na terça-feira (12), familiares dos presos foram até a sede do Ministério Público para uma reunião com o procurador na qual, segundo disseram mães dos detidos à CNN, foi levantada a possibilidade de estabelecimento de medidas cautelares ou arquivamento do caso.
A ONG Foro Penal Venezolano apresentou na quinta-feira (14) um balanço das pessoas que considera detidas por motivos políticos no país, no qual indica que o número está em 1.976 – sendo 1.848 presos após as últimas eleições presidenciais. A organização afirma que 1.671 permanecem detidos.
A última onda de manifestações na Venezuela começou quando milhares de pessoas saíram às ruas para rejeitar o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro vencedor sem apresentar comprovação técnica.
O presidente acusou então os manifestantes de quererem atear fogo nas ruas e garantiu que 2.500 pessoas foram presas.