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    Morte de George Floyd: manifestantes nos EUA contam os motivos de sua revolta

    "Quando as pessoas olham para esses manifestantes (...), espero que elas tenham alguma empatia", disse o comentarista político da CNN Bakari Sellers

    Enquanto manifestantes se reúnem em Minneapolis, Atlanta, Charlotte e outras cidades nos EUA, a frustração continua a crescer por causa da morte de George Floyd.

    “É preciso mudança, os policiais precisam ser mais bem treinados”, disse um manifestante que foi preso em Atlanta ao repórter Nick Valencia, da CNN, no momento em que era detido pela polícia.

    Uma falta de mudança e de reforma na polícia são apenas algumas das razões pelas quais as pessoas estão revoltadas.

    “Este protesto não é apenas sobre George Floyd, e quando as pessoas olham para esses manifestantes — essa rebelião que está acontecendo em todo o país –, espero que elas tenham alguma empatia, porque essas pessoas estão indo para casa. Estamos indo para casa, pessoas negras estão indo para casa, pessoas pardas estão indo para casa e bebendo água suja, frequentando escolas precárias, sem acesso a cuidados de qualidade e isso está borbulhando”, disse o comentarista político da CNN Bakari Sellers.

    Veja o que alguns deles tinham a dizer:

    Minneapolis

    Leslie Redmond, presidente da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, na sigla em inglês) de Minneapolis 

    “O que vocês estão testemunhando em Minnesota é algo que está para chegar há muito tempo”, disse Redmond à afiliada da CNN WCCO-TV.

    “Eu não tenho como dizer com quantos governadores me reuni, com quantos prefeitos nos reunimos. E avisamos que, se vocês continuarem matando negros, a cidade queimará. Nós conseguimos impedir a cidade de queimar inúmeras vezes, e não somos responsáveis por ela queimar agora.”

    Payton Bowdry, 22 anos

    “Temos que advogar pela justiça, para que a verdadeira justiça aconteça”, disse Bowdry à CNN.

    Bowdry disse que a violência não fazia parte dos planos.

    “Os tumultos não fizeram parte dos protestos”, disse ele. “Os saques e tumultos não foram em nome de George Floyd”.

    Alicia Smith, líder comunitária

    “Não há palavras na língua inglesa que transmitam o desespero que senti ao ver a vida daquele homem deixar seu corpo e ele gritar por sua mãe”, disse Smith à CNN. “Ouvi meu filho dizer: ‘Mamãe, me salve.'”

    “Meus filhos são meninos, e meu filho me perguntou: ‘Vou viver para ser adulto?'”, disse ela à CNN. “Eu tive que arruinar sua inocência e dizer a ele como existir como um jovem negro neste país”.

    Shanene Herbert, líder comunitária

    “Eles (jovens) sofreram trauma”, disse ela à CNN. “Ver seus amigos, suas famílias e até você mesmo sendo assediado pela polícia e morto pela polícia, é traumático. E eles não sabem o que fazer com isso.”

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    Charlotte

    Kass Ottley, ativista

    “Há muitas coisas que precisam mudar para avançarmos, mas acho que todo mundo precisa ser honesto sobre quais são os problemas reais”, disse Ottley à afiliada da CNN WCCB-TV. “Quantas vezes você pode abordar o mesmo problema e não ver nada mudar.”

    Greg Jackson, fundador da organização Heal Charlotte

    “É preciso lembrar que eles não estão bravos com uma única situação”, disse Jackson à WCCB. “É necessário acontecer uma mudança sistemática.”

    Craig Maxwell, manifestante

    “Estive conversando com vários amigos negros nos últimos dias e ouvindo o que eles estão passando. Muita introspecção e reconhecimento de que não dá para não colocar meu dinheiro onde minha boca está. Basicamente, eu estava lá porque eles estavam lá, se isso faz sentido.

    “Eu não podia continuar esperando que houvesse algo mais imediato na minha vida que me colocasse lá fora. Não pode ser sobre mim; caso contrário, não funcionará. Eu precisava intensificar minha defesa. Mostrei a mim mesmo mais do que eu era capaz hoje à noite, e isso me ajudou a me conectar ao propósito pelo qual eu deveria protestar. Por mais desconfortável que eu tenha estado, nem todo mundo consegue se afastar da situação só porque é desconfortável… Até que você esteja lá olhando nos olhos de alguém, você não está se conectando com ela o máximo que deveria.”

    Atlanta

    “Todo mundo está pronto para uma mudança, pronto para se unir”, disse uma mulher identificada como Bambara à WSB-TV, afiliada da CNN. Ela também disse que o que está em jogo é importante demais para ficar em casa.

    “Eu literalmente não consigo respirar, não consigo pensar, porque sei que a qualquer momento minha vida ou a de meu irmão ou de meus amigos estão em perigo apenas por causa da cor da pele”, disse ela.

    Nova York

    Gwen Carr, mãe de Eric Garner, homem negro morto pela polícia em 2014

    “Esta situação está apenas abrindo uma ferida antiga e derramando sal nela”, disse Carr à afiliada da CNN WABC-TV na quinta-feira (28). “Os policiais entram em nossos bairros para brutalizar, aterrorizar e assassinar nossos filhos, e não fizemos nada”.

    Denver

    Max Bailey, 22 anos

    Bailey foi atirado do capô de um carro durante um protesto e disse à afiliada da CNN KDVR-TV que faria isso de novo. Bailey disse que pulou no capô de um SUV preto porque estava preocupado que o motorista pudesse atropelá-lo.

    “Se você puder me dizer algo melhor para eu fazer — se você puder me dizer uma maneira de mudarmos o mundo sem tentar fazer barulho assim, então eu vou sair das ruas. Se você puder me mostrar o caminho, eu vou sair das ruas “, disse ele. “Não vou mais ficar na frente de carros se houver um caminho fácil”.

    Kansas City

    Randy Fikki, manifestante

    “Se você não erguer sua voz, você será como os policiais que ficaram só olhando”, disse Fikki à afiliada da CNN WDAF-TV, acrescentando que muitas pessoas tentam ignorar a raça ou dizem não ver a cor da pele. Ele disse acreditar que isso faz parte do problema.

    “Sua ignorância não é prova de sua inocência”, disse. “O fato de permanecer ignorante não o torna diferente do indivíduo que estava com o joelho no pescoço daquele homem.”

    Anna Maria Kretzer, mãe de um menino de 10 anos

    “Eu tenho que conversar com ele para garantir que ele não cresça e seja um daqueles policiais que matam um homem negro ou uma mulher negra”, disse ela à WDAF. “Eu tenho que garantir que o ciclo não continue para ele”.

    Portland, Oregon

    Chelsea Peterson, manifestante

    “Protestei hoje à noite para mostrar minha solidariedade com meus irmãos e irmãs negros que estão sendo abertamente assassinados nas ruas pelas pessoas que deveriam protegê-los. Protestei por todas as mulheres negras que morrem desproporcionalmente no parto quando comparadas às brancas. Protestei por homens negros desproporcionalmente presos e condenados por crimes em comparação com os brancos. E protestei por crianças negras que são baleadas por causa de pacotes de Skittles.”

    “Protestei porque as vidas negras são importantes e porque não basta compartilhar uma postagem ou usar uma hashtag, e porque o silêncio é cúmplice. Era importante para mim, como uma pessoa branca, realmente estar aqui, porque é nossa responsabilidade desmantelar os sistemas de opressão que criamos.”

    Oakland, Califórnia

    Mackenzie Slagle, manifestante

    “Participei porque já passou da hora da brutalidade policial parar. Não concordo em invadir todos os comércios, mas posso entender a indignação após incidentes repetidos. Protestamos pacificamente em todos eles… Só prenderam um policial depois que em Minneapolis ficou violento. Isso é realmente história, no fato de que há ações reais sendo tomadas contra a brutalidade policial. Eu não conseguiria ficar em silêncio e ver isso acontecer novamente. Espero que desta vez — nossa nação possa ver a severidade desse ambiente.

    “Eu sou uma mulher branca, e eu precisava estar aqui por todos os meus irmãos e irmãs. Eu precisava mostrar que isso não está certo para mim. Aquele poderia ser meu amigo. Eu precisava estar aqui e mostrar que quero mudança.”

     

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