Ministro ucraniano diz que “crimes” da Rússia em Bucha são “ponta do iceberg”
Dmytro Kuleba pediu que mais sanções sejam aplicadas ao país; autoridades russas negam acusações
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que os “horrores que vimos em Bucha são apenas a ponta do iceberg de todos os crimes que foram cometidos pelo exército russo” na Ucrânia até agora.
Os comentários de Kuleba vieram nesta segunda-feira (4) em uma conferência de imprensa em Varsóvia, na qual ele acrescentou que os “horrores de Bucha, Mariupol e outros lugares” exigem “sérias sanções do G7 e da UE.
Falando ao lado de sua colega britânica Liz Truss, Kuleba pediu que as sanções “mais severas” sejam impostas contra a Rússia, além de exigir a expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“O Ocidente continua a alimentar [a] máquina de guerra russa com pagamentos por combustíveis fósseis, com o comércio que ainda está ocorrendo entre a Rússia e os países ocidentais, com transações financeiras realizadas por meio de bancos russos que ainda não foram desconectados do Swift”, disse ele.
Dirigindo-se aos ministros das Relações Exteriores que participarão das reuniões da Otan, da UE e do G7 nesta semana, Kuleba disse: “Se você tiver dúvidas, relutância ou argumentos sobre a necessidade de continuar fazendo negócios com a Rússia, vá primeiro a Bucha e depois fale comigo”.
Ele acrescentou que a Ucrânia “ganhou a batalha por Kiev“, mas agora está se preparando para uma “nova ofensiva em larga escala da Rússia no leste da Ucrânia”.
“Posso dizer sem exagero, com grande tristeza, que a situação em Mariupol é muito pior em comparação com o que vimos em Bucha e outras cidades, vilas e aldeias próximas a Kiev”, continuou o ministro das Relações Exteriores.
A Rússia nega que tenha investido contra civis em Bucha. Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, ordenou que se inicie uma investigação sobre “informações deliberadamente falsas” ditas pela Ucrânia sobre as forças armadas russas em Bucha, disse o comitê em comunicado.
