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    COP27

    Ministro do Meio Ambiente critica organizadores da COP27

    ”Esse ano a condução do Egito foi muito ruim”, afirmou Joaquim Leite à CNN

    Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite.
    Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite. Isac Nóbrega/PR

    Mathias BroteroAmérico Martinsda CNN

    Em Sharm el-Sheikh, no Egito

    Em meio aos impasses sobre um texto final da COP27, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que o Egito, que sedia a Conferência do Clima em Sharm el-Sheikh, não soube conduzir as negociações. “Esse ano a condução foi muito ruim”, afirmou em entrevista exclusiva à CNN.

    Leite disse que a responsabilidade de articular um acordo multilateral deveria ser da presidência da conferência. “Acho que faltou competência para a presidência do Egito fazer com que se criasse blocos para pressionar os países industrializados”, disse.

    Um dos principais entraves para fechar um acordo é a implementação de um mecanismo de perdas e danos, para compensar países mais vulneráveis – muitas vezes os que menos poluem – pelos impactos das mudanças climáticas.

    A proposta inicial é que os países desenvolvidos seriam responsáveis por financiar o fundo. Mas a União Europeia propôs, nesta sexta-feira (18), que o financiamento venha a partir de uma base ampla de doadores, que não precisam ser necessariamente só os mais ricos, mas também das nações com economias emergentes e altas emissões.

    A falta de critérios claros para definir o grupo coloca em dúvida o papel de grandes economias emergentes, como é o caso do Brasil. “Vai ser uma frustração provável, se a gente não chegar ao fim dessa negociação com fundo de perdas e danos, com recursos relevantes e instrumentos eficientes para a aplicação destes recursos”.

    A CNN pediu uma resposta da presidência da COP27 sobre a declaração do ministro e aguarda um posicionamento.

    Crédito de Metano

    O ministro brasileiro assinou um documento, nesta sexta-feira (18), para reforçar a criação de um mercado do crédito de metano, no cenário internacional. A proposta faz parte do Programa Nacional de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos, lançado no ano passado, e tem como objetivo agregar valor a projetos de biogás e biometano.

    Leite afirmou que o Brasil trata apenas 1,5% de seus resíduos orgânicos e acrescentou que a redução do gás tem grande potencial econômico. “A compensação de emissões, especialmente de metano, trazendo receitas para o Brasil seria uma grande solução para a gente sair de um passivo e transformar aquilo que é tratar o resíduo num ativo”, afirmou.

    O metano é o principal gás causador do efeito estufa, depois do dióxido de carbono. O Brasil é um dos mais de 150 países que assinaram o Compromisso Global de Metano, após a COP26, em Glasgow, na Escócia. O acordo pretende reduzir a em 30% a emissão do gás no mundo até 2030.