Ministro do Equador fala em ‘aumento sem precedentes’ de mortes em Guayaquil
Em entrevista à CNN, autoridade do país afirmou que aumento repentino de casos motivou colapso do sistema funerário na cidade


O ministro da Saúde do Equador, Juan Carlos Zevallos, afirmou em entrevista à CNN que ao menos 1,5 mil pessoas morreram nos últimos dias na cidade de Guayaquil, epicentro do novo coronavírus no país.
Ele não deixou claro, no entanto, quantas delas foram vítimas da COVID-19, doença causada pelo novo cornavírus. “O que aconteceu é que houve um aumento sem precedentes no número de mortos na cidade [de Guayaquil], que passou de 700 para 1.500 em um período muito pequeno de tempo”, completou.
“Não podemos esconder os cadáveres. Não podemos esconder o número de mortos. Isso seria completamente indigno”, disse Zevallos, ao ser confrontado sobre o colapso do sistema funerário na maior cidade do país.
Até a sexta-feira, o Equador havia registrado pelo menos 3.368 casos confirmados e 145 mortes por coronavírus – os dados de Guayaquil citados pelo ministro ainda não foram computados.
Jorge Wated, que lidera a força-tarefa diante da crise de coronavírus, disse na quarta-feira que especialistas informaram ao Comitê de Operações de Emergência que se estima que nos próximos meses haverá entre 2.500 e 3.500 mortes apenas na província de Guayas.
Críticas do presidente
Na noite de sexta-feira (3), o presidente equatoriano, Lenín Moreno, fez duras críticas às pessoas que não respeitam o isolamento social no país.
“Principalmente em Guayaquil, Samborondón e Durán. No começo deste mês, foram 1.304 contágios. E mais de 40% dessas pessoas saíram de suas casas”, disse o presidente em pronunciamento no qual mostrou um mapa com dados do governo sobre a movimentação de infectados.
¡La gravedad del momento exige conciencia y disciplina! No es posible que un promedio del 42% de personas contagiadas haya roto el aislamiento. El #Covid19 no es un problema solo del gobierno ¡es un problema de todos! Hoy más que nunca: ¡#QuédateEnCasa! pic.twitter.com/IUYnht6wZP
— Lenín Moreno (@Lenin) April 3, 2020
As três localidades por Moreno ficam na província de Guayas, que concentra mais de 70% dos casos no país. Moreno disse que o desrespeito ao isolamento social é uma ação criminosa porque pode matar outras pessoas.
“Há pessoas agindo de forma imprudente em alguns casos e de forma irresponsável em outros já que, apesar de terem resultado positivo ou suspeita de terem coronavírus, se movimentam, saem de casa, não cumprem a quarentena, ameaçam suas famílias, amigos, vizinhos, ameaçam a todos, ou seja, deixam um rastro mortal do coronavírus ”, afirmou o presidente.