Ministro de Israel discute transição gradual da guerra e volta de civis para o norte de Gaza
Comentários acontecem enquanto os Estados Unidos pressionam Israel para uma ofensiva mais direcionada na Faixa de Gaza para reduzir as vítimas civis
Israel fará a transição gradual para a próxima fase da guerra e espera que os palestinos deslocados do norte da Faixa de Gaza retornem às suas casas antes dos cidadãos do sul do território palestino, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, nesta segunda-feira (18).
“Em breve seremos capazes de distinguir entre diferentes áreas de Gaza. Em todas as áreas onde cumprirmos a nossa missão, seremos capazes de fazer a transição gradual para a próxima fase e começar a trabalhar para trazer de volta a população local. Isto pode ser alcançado talvez mais cedo no norte do que no sul”, ponderou o ministro.
Os comentários acontecem no momento em que os Estados Unidos continuam pressionando Israel para que faça a transição para uma campanha mais direcionada na Faixa de Gaza para reduzir as vítimas civis.
Centenas de milhares de palestinos fugiram do norte para o sul de Gaza durante a guerra.
A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) informou no início deste mês que quase 1,9 milhão de pessoas, mais de 80% da população total do território, foram deslocadas desde o início do conflito.
Embora grande parte do norte de Gaza tenha sido dizimada pelos combates e ataques aéreos, Israel deixou claro que está determinado a terminar as suas operações militares naquele local.
Planos para o pós-guerra
Em coletiva de imprensa conjunta com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em Tel Aviv, Gallant também disse que foram discutidos planos de governo em Gaza para o pós-guerra.
“Sabemos que o Hamas não controlará Gaza, sabemos que teremos a liberdade de eliminar qualquer tipo de ameaça no futuro e não haverá nenhuma ameaça militar séria contra Israel a partir de Gaza”, destacou Gallant.
Austin afirmou que discutiu com as autoridades israelenses os caminhos “para um futuro para Gaza depois do Hamas”, a proteção dos civis em Gaza e a necessidade “de tomar medidas urgentes para estabilizar a Cisjordânia”.
O ministro não mencionou a Autoridade Palestina.
Enquanto isso, Israel continua afirmando que a Autoridade Palestina não assumirá o poder em Gaza, com Benjamin Netanyahu observando que isso não acontecerá enquanto ele for primeiro-ministro.
O órgão foi efetivamente expulso de Gaza pelo Hamas em 2007, mas a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, tem deixado cada vez mais claro que acredita que ela deverá resumir a governo do enclave quando a guerra terminar.
*Haley Britzky, da CNN, contribuiu para esta reportagem