“Minha decisão”, diz Trump sobre tentativa de reverter resultados eleitorais de 2020 nos EUA
Ex-presidente americano foi acusado de tentar “recalcular” e “encontrar” votos suficientes para sua vitória; ele se declarou inocente em todos os casos e negou qualquer irregularidade
O ex-presidente dos EUA Donald Trump disse que recebeu conselhos de várias pessoas logo após as eleições de 2020, mas que foi sua decisão promover a falsa alegação de que ganhou a presidência e tentar anular os resultados.
“Foi minha decisão, mas ouvi algumas pessoas”, disse Trump ao programa “Meet the Press”, da emissora NBC, em entrevista no domingo (17).
Trump foi indiciado por seus esforços para subverter os resultados das eleições de 2020 nos EUA. Ele se declarou inocente em todos os casos e negou qualquer irregularidade.
Uma premissa central do caso do procurador especial Jack Smith, de acordo com a sua acusação ao ex-presidente, é que Trump sabia que as alegações eleitorais que fazia eram falsas depois de ter sido informado por assessores próximos que tinha perdido, mas as divulgou de qualquer maneira para fazê-las parecer legítimas – tudo a serviço de uma suposta conspiração criminosa.
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“Eu estava ouvindo pessoas diferentes e, quando somei tudo, a eleição foi fraudada”, disse Trump a Kristen Welker na entrevista, novamente defendendo a falsa afirmação enquanto busca a nomeação republicana para presidente em 2024.
“Você sabe quem eu escuto? Eu mesmo. Eu vi o que aconteceu”, disse Trump.
O ex-presidente disse que não deu ouvidos aos seus advogados, que lhe disseram que ele perdeu a eleição porque não foram respeitados.
“Você os contrata, nunca conheceu essas pessoas, recebe uma recomendação, eles acabam sendo ‘RINOs’ (republicanos apenas no nome) ou acabam não sendo tão bons. Em muitos casos, eu não os respeitei”, disse Trump.
“Mas eu respeitava os outros. Respeitei muitos outros que disseram que a eleição foi fraudada.”
Após a derrota eleitoral, Trump tentou vários caminhos para anular os resultados eleitorais. Ele pressionou o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, e outro funcionário para “recalcular” os números e “ encontrar ” votos suficientes para deixá-lo vencer.
A campanha de Trump também tentou instalar falsos eleitores republicanos em sete estados indecisos.
O comitê seleto da Câmara que investigou as ações de Trump antes da insurreição de 6 de janeiro de 2021 argumentou que as evidências mostram que ele trabalhou ativamente para “transmitir cédulas falsas do Colégio Eleitoral ao Congresso e aos Arquivos Nacionais”, apesar das preocupações entre seus advogados de que fazer isso então pode ser ilegal.
“Essas evidências levaram a uma conclusão absoluta e direta: a causa central do 6 de janeiro foi um homem, o ex-presidente Donald Trump, a quem muitos outros seguiram. Nenhum dos acontecimentos de 6 de janeiro teria acontecido sem ele”, afirma o relatório final do comitê.
A investigação de interferência nas eleições federais de Smith é um dos quatro processos criminais contra o ex-presidente. Trump enfrenta quatro acusações no caso de Smith, incluindo obstrução de um processo oficial e conspiração para fraudar os Estados Unidos.
Trump também foi acusado numa ampla acusação na Geórgia, acusando-o de ser o chefe de uma “empresa criminosa” para anular as eleições de 2020.
(Zachary Cohen, da CNN, contribuiu para este texto)
