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    Militares israelenses anunciam pausas táticas em Gaza para fornecimento de ajuda

    Militares disseram que a interrupção aconteceria durante o dia, das 8h às 19h, no horário local

    Abeer SalmanKathleen Magramoda CNN , Jerusalém

    O exército israelense anunciou uma “pausa tática” na atividade militar ao longo de uma rota no sul de Gaza para permitir a distribuição de ajuda, mas ressaltou que não haveria interrupção nos combates em e ao redor de Rafah, também no sul.

    A pausa começou no sábado (15) e ocorrerá todos os dias das 8h às 19h (2h às 13h, em Brasília), horário local, até novo aviso, para permitir que caminhões se movam do ponto de passagem de Kerem Shalom, principal ponto de entrada de ajuda para o sul de Gaza, subindo pela estrada Salah al-Din em direção ao norte, segundo as Forças de Defesa de Israel, conhecidas pela sigla IDF (do inglês, The Israel Defense Forces).

    Crise humanitária

    A campanha de Israel em Gaza desencadeou uma crise humanitária. Um gargalo de ajuda se formou em Kerem Shalom em meio a ataques aéreos e combates em grande parte do sul de Gaza.

    O IDF designou uma rota de Kerem Shalom para Al Bayuk e para o Hospital Europeu em Khan Younis para estar aberta durante o dia apenas para o transporte de ajuda humanitária. Isso será feito em coordenação com organizações internacionais, como parte dos esforços para aumentar o volume de ajuda que chega a Gaza.

    Mas, logo após anunciar a medida, as Forças de Defesa de Israel disseram que “os combates em Rafah continuam”, acrescentando que “não há mudança na entrada de mercadorias na Faixa de Gaza”.

    Intensos combates estão em andamento em Rafah, enquanto Israel busca destruir o Hamas em Gaza. No sábado, oito soldados do IDF foram mortos perto da cidade, um dos incidentes mais mortais da guerra para as tropas israelenses.

    Mais de 37.000 pessoas foram mortas na ofensiva de Israel em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde em Gaza. O conflito no enclave começou após os ataques de 7 de outubro liderados pelo grupo Hamas, que mataram cerca de 1.200 pessoas e capturaram 250 reféns no sul de Israel.

    Mais de 50.000 crianças em Gaza agora necessitam de tratamento para desnutrição aguda, disse a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, também conhecida pela sigla UNRWA (do inglês, United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East), em uma postagem no X no sábado.

    “Com as contínuas restrições ao acesso humanitário, as pessoas em Gaza continuam a enfrentar níveis desesperadores de fome. Mais de 50.000 crianças necessitam de tratamento para desnutrição aguda.”

    No mês passado, Israel avançou com sua operação terrestre no centro de Rafah, o que levou centenas de milhares de pessoas já deslocadas a deixarem a área.

    Estima-se que palestinos deslocados internamente estejam espremidos em uma área de 69 quilômetros quadrados – menos de um quinto da área do território. A ajuda tem sido entregue a Gaza por terra, mar e ar desde pouco após o início da guerra, mas poucos pontos de entrada permanecem operacionais. Estes são Kerem Shalom, na fronteira sul de Gaza, e Erez Ocidental, no norte.

    Agências humanitárias dizem que as rotas terrestres são a maneira mais rápida e eficaz de levar ajuda em grande escala para Gaza. Mas, mesmo quando a ajuda entra em Gaza, há vários problemas para distribuí-la em toda a região, porque os comboios exigem aprovação israelense, muitas estradas estão severamente danificadas, e a segurança é frequentemente desafiadora.

    Os esforços para trazer ajuda via mar estremeceram depois que o exército dos EUA informou, na sexta-feira (14), que desmontaria temporariamente o píer humanitário que construiu na costa de Gaza, devido a mares agitados.

    Será a segunda vez em poucas semanas que o frágil sistema de píer e via de acesso, conhecido como Joint Logistics over the Shore ou JLOTS, terá que ser transferido de volta para o porto israelense de Ashdod.

     

    (Edição de William Mallard, publicado por Salma Freua)

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