Militantes do Hamas em Gaza disparam 130 foguetes contra Tel Aviv
Hamas afirma que está contra atacando Israel depois que o país destruiu um prédio de 13 andares em Gaza
O governante islâmico de Gaza, Hamas, disse ter disparado mais de 130 foguetes contra Tel Aviv na noite de terça-feira (11) em resposta a um ataque aéreo israelense que destruiu um bloco de torres na Faixa de Gaza.
“Estamos cumprindo (cumprindo) nossa promessa de lançar um ataque maciço de foguetes contra Tel Aviv e seus subúrbios, com 130 foguetes, em resposta ao ataque inimigo a torres residenciais”, disse o braço armado do Hamas em um comunicado.
Os ataques atingiram um oleoduto entre as cidades israelenses de Eliat e Ashkelon. Um vídeo exibido pela TV israelense Canal 12 mostrou chamas subindo do que parecia ser um grande recipiente de combustível.
Na noite desta terça-feira, um prédio residencial de 13 andares que era usado como escritório pelo Hamas foi atacado por Israel e desabou.
Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra colunas de fumaça densa subindo a partir do prédio, que acaba desabando. A torre abrigava um escritório usado pela liderança política do Hamas, grupo islâmico que governa Gaza.
?? | #BREAKING: #Israel|i airstrikes on #Gaza completely destroy Hanadi Tower.
??Islamic Jihad had threatened to attack Tel Aviv if strikes on Gaza continue.pic.twitter.com/h3KWy7FIgr
— EHA News (@eha_news) May 11, 2021
Moradores do prédio atingido por Israel e pessoas que moram nas proximidades foram alertados para que evacuassem a área uma hora antes do ataque ser efetivado, de acordo com testemunhas. Segundo uma emissora de TV local, uma pessoa morreu no ataque.
A eletricidade na área ao redor do prédio caiu após o desabamento, e moradores passaram a usar lanternas para procurar pertences pessoais nas proximidades.
Repercussão internacional
Em reação aos acontecimentos na região de Gaza, os Estados Unidos se disseram preocupados e pediram que os dois lados cessem os ataques.
A Casa Branca condenou os ataques feitos pelo Hamas e disse que Jerusalém deveria ser “um local de coexistência”.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, pediu “calma e moderação”. “Israel tem o direito de se defender e de responder a ataques de foguetes. O povo palestino também tem direito à proteção e à segurança, assim como os israelenses”, disse Price. O porta-voz afirmou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já entrou em contato com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, condenou os ataques contra Israel feitos em resposta à ofensiva israelense que derrubou o prédio de 13 andares. No Twitter, Maas afirmou que “o ataque com foguetes contra Israel é absolutamente inaceitável e deve para imediatamente”. “Israel tem, nesta situação, o direito a autodefesa. Esta escalada de violência não pode ser tolerada nem aceita”, concluiu o ministro.
No sentido oposto, o líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, instou os palestinos a aumentar o poder de combate para impedir o que classificou como “brutalidade” de Israel. Para Khamenei, Israel “só entende a linguagem da força”.
Os sionistas não entendem nada além da linguagem da força, então os palestinos devem aumentar seu poder e sua resistência para forçar os criminosos a se renderem e, assim, darem fim a seus atos brutais”, disse o líder iraniano em pronunciamento exibido por uma TV estatal.
A Liga Árabe condenou os ataques de Israel à Gaza e pediu à comunidade internacional que aja com urgência para impedir a escalada da violência na região. Em comunicado, o presidente do grupo, Ahmed Aboul Gheit, disse que “as violações israelenses em Jerusalém e a tolerância do governo aos extremistas judeus hostis a palestinos e árabes é o motivo que levou à ignição da situação nestes termos perigosos”.
Os ministros da Liga Árabe responsabilizaram Israel por “absolutamente tudo o que acontece em decorrência de sues crimes, que constituem flagrantes violações dos decretos da Organização das Nações Unidas, do direito internacional e dos direitos humanos”.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) instou todos os lados a recuar e os lembrou da exigência do direito internacional de tentar evitar baixas civis.