Milhões de venezuelanos não têm acesso a serviços básicos na América Latina, diz ONU

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Cerca de 4,3 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos na América Latina e no Caribe carecem de serviços básicos, alimentação e emprego formal, apesar dos esforços de regularização e apoio nos países anfitriões, segundo o relatório de Análise de Necessidades de Refugiados e Migrantes (RMNA), divulgado na quarta-feira (12) pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas Para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A diáspora venezuelana para os Estados Unidos explodiu na última década, impulsionada principalmente pela pobreza e pela violência. Em 2022, representou cerca de 71% dos mais de 150.000 migrantes que entraram no Panamá pela perigosa selva de Darién, que faz fronteira com a Colômbia.
"Metade da população refugiada e migrante na região não pode pagar três refeições por dia", disseram o ACNUR e a OIM em um comunicado conjunto, apresentando o estudo.
O relatório, chamado Análise das Necessidades de Refugiados e Migrantes (RMNA), detalha que “para comprar comida ou evitar viver nas ruas, muitos venezuelanos são forçados a recorrer ao sexo de sobrevivência, à mendicidade ou ao endividamento”.
O rápido aumento do custo de vida, o impacto da pandemia e o desemprego exacerbaram a vulnerabilidade dos venezuelanos que emigram, acrescenta o estudo da Plataforma Regional de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), codirigida pelo ACNUR e OIM.
Segundo Eduardo Stein, representante do ACNUR e da OIM, “os países de acolhimento têm demonstrado uma liderança constante na sua resposta à crise, adotando medidas de regularização e facilitando o acesso à saúde, educação e outros serviços sociais”, mas não é suficiente.
Um estudo publicado nesta quarta-feira pela Ouvidoria da Colômbia revelou que 10.000 migrantes, a maioria venezuelanos, estão retidos em uma cidade no noroeste da Colômbia enquanto um navio chega para cruzar o Golfo de Urabá e depois entrar no Darién.
