Mike Pence se encontra com Zelensky em viagem não anunciada à Ucrânia
Ex-vice-presidente dos EUA e pré-candidato às eleições do ano que vem fez uma demonstração de apoio à nação europeia, marcando posição contra Donald Trump e Ron DeSantis, que se colocam contra a ajuda à Ucrânia
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato às eleições de 2024, Mike Pence, visitou a Ucrânia nesta quinta-feira (29), uma demonstração de apoio à nação europeia sob ataque da Rússia, já que os republicanos que disputam a indicação presidencial de seu partido estão divididos sobre o papel dos Estados Unidos no conflito em andamento.
Pence se reuniu em particular com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a portas fechadas no palácio presidencial em Kiev, dizendo ao líder ucraniano que sua determinação era mais forte do que nunca para apoiar o país.
Enquanto estava na capital, Pence visitou um centro infantil que cuidava de jovens ucranianos que eram de territórios ocupados ou foram levados à força para a Rússia, prestou homenagem ao Muro da Memória dos Defensores Caídos da Ucrânia e visitou a Igreja Ortodoxa de São Miguel.
Pence também fez paradas em três cidades e vilas diferentes – Bucha, Irpin e Moschun – fora de Kiev, que sofreram grande destruição por bombardeios e violência terrível contra civis sob ocupação russa no ano passado. Ele visitou os destroços, encontrou-se com moradores locais e colocou flores em memoriais para os mortos na guerra.
“O povo americano está orando com vocês, apoiando vocês na Ucrânia”, disse ele às famílias que conheceu em Irpin.
O ex-vice-presidente tem sido um forte defensor do apoio dos EUA à Ucrânia contra a invasão da Rússia, argumentando que é do interesse dos Estados Unidos. A questão criou uma cisão entre os candidatos republicanos de 2024. A ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, e o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, também pediram o apoio contínuo dos EUA à Ucrânia, enquanto o ex-presidente Donald Trump e o governador da Flórida, Ron DeSantis, os principais candidatos nas primárias, questionaram a ajuda dos EUA.
A visita de Pence na quinta-feira não é a primeira vez que ele viaja ao país desde o início da guerra. Em março de 2022, muito antes de anunciar sua candidatura, Pence foi à fronteira ucraniana e se encontrou com refugiados deslocados de suas casas para escapar da violência.
Ambas as viagens foram organizadas pela Samaritan’s Purse, uma instituição de caridade evangélica americana dirigida pelo pastor Franklin Graham. Pence e sua esposa, a ex-segunda-dama Karen Pence, foram voluntários antes na organização.
A guerra na Ucrânia já dura mais de um ano. A contraofensiva de Kiev está em andamento enquanto a Rússia lida com as consequências de um motim de curta duração do Grupo Wagner, um grupo mercenário russo, que representou o maior desafio ao poder do presidente russo, Vladimir Putin, em mais de duas décadas. Mísseis russos atingiram nesta semana a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, e um vilarejo próximo, matando ao menos 11 pessoas e ferindo dezenas.
Pence alertou que a Rússia não pode parar na Ucrânia e ameaçar os aliados da Otan, fazendo com que os Estados Unidos tenham que enviar tropas militares.
“Não se engane: esta não é a guerra da América. Mas se vacilarmos em nosso compromisso de fornecer apoio ao povo da Ucrânia para defender sua liberdade, nossos filhos e filhas poderão em breve ser chamados a defender a nossa”, disse ele em um discurso em fevereiro na Universidade do Texas em Austin no aniversário de um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Ele também chamou Vladimir Putin de “criminoso de guerra” e disse que “não há espaço para apologistas de Putin no Partido Republicano”.