México prende general por desaparecimento de 43 estudantes em 2014
O vice-ministro da Segurança informou que quatro mandados de prisão foram emitidos recentemente contra oficiais militares pelo sequestro dos estudantes na cidade de Iguala, no sudoeste do país
Autoridades mexicanas prenderam o general aposentado José Rodriguez por suspeita de envolvimento no desaparecimento de 43 alunos em 2014, segundo um oficial nesta quinta-feira (15), tornando-o o oficial militar de mais alta patente até agora detido pelo caso.
O vice-ministro da Segurança, Ricardo Mejia, disse que quatro mandados de prisão foram emitidos recentemente contra oficiais militares pelo notório sequestro dos 43 estudantes na cidade de Iguala, no sudoeste do país, em 2014.
“No momento, três deles foram executados e há três detidos, incluindo o comandante do 27º batalhão de infantaria na época”, disse Mejia em entrevista coletiva.
Rodriguez estava no comando da unidade durante os sequestros, que o governo anterior disse terem sido feitos por policiais locais corruptos trabalhando em conluio com uma gangue de traficantes local.
Depois de apresentar uma revisão do caso pelo atual governo, o vice-ministro do Interior, Alejandro Encinas, disse no final de agosto que seis dos estudantes desaparecidos foram entregues vivos a Rodriguez e que ele ordenou que fossem mortos.
Questionado sobre as acusações contra Rodríguez, o Ministério da Defesa do México disse que não tinha informações.
O governo se referiu ao caso como um “crime estadual” em seu relatório, que alegou que autoridades locais, estaduais e federais, incluindo o Exército, foram cúmplices e envolvidas no acobertamento do desaparecimento dos estudantes.
O Exército era na época comandado por Salvador Cienfuegos, que mais tarde esteve no centro de uma briga diplomática com os Estados Unidos quando foi preso por autoridades americanas no aeroporto de Los Angeles por acusações de drogas em 2020.
Ele negou qualquer irregularidade e o caso foi posteriormente arquivado.
Duas autoridades mexicanas disseram que o governo não tem planos de ir atrás de Cienfuegos por causa dos desaparecimentos.
A notícia da prisão de Rodriguez ocorre um dia depois que o Congresso votou para manter os soldados nas ruas para supervisionar a segurança pública até 2028, alimentando a preocupação com a quantidade de poder que o presidente Andrés Manuel Lopez deu ao Exército.