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    Membros do Departamento de Justiça dos EUA se calam sobre busca em Mar-a-Lago

    FBI executou mandado de segurança na residência de Donald Trump, na Flórida, nesta semana

    Evan Perezda CNN

    Algumas autoridades do Departamento de Justiça dos EUA acreditam que a pasta deveria fazer uma declaração pública sobre a busca sem precedentes na casa e clube do ex-presidente Donald Trump na Flórida. Tal sugestão não mudou o silêncio até agora a posição da cúpula do departamento (que é equivalente ao Ministério da Justiça no país).

    O procurador-geral Merrick Garland limitou fortemente as declarações públicas do Departamento de Justiça sobre casos em andamento, em especial a respeito da extensa investigação criminal sobre o 6 de janeiro (invasão do Capitólio) e qualquer outra que tenha a ver com o ex-presidente.

    A busca e apreensão feita na segunda-feira (8) pelo FBI na propriedade Mar-a-Lago de Trump, ligada a uma investigação criminal sobre o tratamento de informações confidenciais, foi parcialmente concebida para evitar um espetáculo, de acordo com fontes informadas sobre o assunto.

    Os agentes apareceram por volta das 10h da manhã, horário local, em roupas simples – e não nas primeiras horas da manhã e usando os coletes do logotipo FBI, como é em geral visto em operações desse tipo. Trump estava em Nova York naquele momento.

    A ação ficou pública quando Trump emitiu uma declaração já perto do momento do fim da busca, retratando-a como um “cerco”.

    Garland mencionou várias vezes o motivo pelo qual ele diz tão pouco sobre as investigações em curso, citando não apenas a política geral do departamento de não comentar, mas também uma estratégia para proteger investigações, não deixando que os alvos potenciais saibam o que o departamento está fazendo. Ele também citou a importância de proteger os direitos das pessoas ainda não acusadas de crimes para evitar que elas sejam julgadas pela opinião pública antes que o Departamento de Justiça apresente um caso.

    No entanto, alguns funcionários da Justiça e do FBI argumentaram internamente que o silêncio é prejudicial ao interesse do departamento e do público, em parte porque Trump e aliados preencheram o vazio.

    Na quarta-feira (10), o departamento fugiu de perguntas sobre o mandado de busca e apreensão na casa de Trump, emitindo uma declaração em vídeo gravada sobre um caso criminal grave: a acusação de um militar iraniano de tentativa de assassinato de John Bolton, antigo conselheiro de segurança nacional de Trump.

    A declaração em vídeo de Matt Olsen, procurador-geral adjunto para a Segurança Nacional, e Larissa Knapp, diretora assistente executiva da agência nacional de segurança da FBI, foi incomum.

    Um caso tão de alto perfil seria normalmente objeto de uma coletiva de imprensa com vários procuradores. Mas uma coletiva nesta semana seria provavelmente dominada por perguntas sobre Mar-a-Lago.

    Não é incomum que o FBI e os procuradores emitam declarações públicas sobre mandados de busca, no mínimo confirmando que os investigadores estavam realizando operações autorizadas pelo tribunal — especialmente quando a presença deles é claramente vista por pessoas comuns ou é filmada.

    Recentemente, eles agiram assim depois que o pessoas viram uma busca do FBI na casa do deputado democrata do Texas Henry Cuellar. Outro caso aconteceu após as queixas do ex-advogado do Departamento de Justiça Jeffrey Clark, que tornou pública uma busca feita em sua casa.

    No caso atual, o único comentário vem da associação dos agentes do FBI, que defendeu a conduta dos agentes sem fazer referência à busca de Mar-a-Lago.

    “Os Agentes Especiais do FBI desempenham seus deveres de investigação com integridade e profissionalismo, e permanecem focados no cumprimento da lei e da Constituição”, declarou Brian O’Hare, presidente da Associação de Agentes do FBI. “Como parte deste processo, todos os mandados de busca executados por Agentes Especiais são emitidos pelo Tribunal Distrital Federal ou magistrados, devem satisfazer regras processuais detalhadas e claras e são o produto da colaboração e consulta com os procuradores relevantes do Departamento de Justiça”.

    Na quarta-feira, Chris Wray, diretor do FBI em Omaha, foi questionado sobre a acusação de Trump de que a agência poderia ter plantado provas na operação e sobre ameaças contra agentes.

    “Tenho certeza de que você entende que isso não é algo sobre o qual eu possa falar e peço que você pergunte ao departamento”, disse Wray, que foi indicado para o cargo em 2018 por Trump.

    “No que diz respeito à questão das ameaças, digo que estou sempre preocupado com a violência e as ameaças de violência contra a aplicação da lei. Quaisquer ameaças feitas contra a aplicação da lei, contra os homens e as mulheres do FBI, como com qualquer agência de aplicação da lei, são deploráveis e perigosas”.

    Hannah Rabinowitz, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

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