Mariupol pode ter 300 mortos em ataque a teatro, dizem autoridades locais
Prédio estava sendo usado como um dos principais abrigos da cidade sitiada, mas foi atingido por um ataque aéreo russo em 16 de março
O conselho da cidade de Mariupol diz que, com base em relatos de testemunhas oculares, agora acredita que cerca de 300 pessoas morreram em um suposto ataque russo a um teatro na cidade no dia 16 de março. As estimativas do número de pessoas abrigadas no teatro variaram entre 800 e 1,3 mil.
As informações sobre a extensão total do ataque demoraram a surgir devido ao colapso quase completo de serviços essenciais na cidade, incluindo redes de comunicação.
“Infelizmente, começamos o dia com más notícias”, disse o conselho da cidade de Mariupol em seu canal Telegram nesta sexta-feira (25).
“Há informações, com base em testemunhas oculares, de que cerca de 300 pessoas morreram no Teatro Drama em Mariupol como resultado de um bombardeio de aviões russos”.
“Ainda não queremos acreditar nesse horror. Ainda queremos acreditar que todos conseguiram escapar. Mas as palavras daqueles que estavam dentro do prédio no momento desse ato terrorista dizem o contrário.”
Imagens aéreas antes do ataque mostravam a palavra russa para crianças pintadas em letras grandes no chão do lado de fora da frente e dos fundos do prédio do teatro.
“O ocupante sabia onde estava batendo. Ele sabia quais poderiam ser as consequências e, de qualquer forma, as bombas caíram neste lugar”, continuou o comunicado do conselho da cidade.
Ainda não há informações sobre possíveis vítimas após um ataque separado a um prédio de uma escola de arte em Mariupol que também estava sendo usado como abrigo.
A escola foi atingida no dia 20 de março. As autoridades estimaram que cerca de 400 pessoas estavam abrigadas lá.
A cidade portuária do sudeste da Ucrânia era habitada por cerca de 450 mil pessoas antes da guerra. Desde o início de março está sob ataque constante das forças russas, com imagens de satélite mostrando destruição significativa em áreas residenciais.
Os russos negam que tenham alvos civis como objetivo e acusa batalhões nazistas e nacionalistas de não permitirem que a população fuja da cidade. O Kremlin acusa essas forças de usarem civis como escudo.