Marinheiro acusado de iniciar fogo que destruiu navio da Marinha dos EUA é considerado inocente
Marinheiro recruta Ryan Mays foi absolvido das acusações de arriscar intencionalmente uma embarcação e de incêndio criminoso agravado
Um marinheiro acusado de iniciar um incêndio que destruiu um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos enquanto estava ancorado na cidade californiana de San Diego foi considerado inocente.
O marinheiro recruta Ryan Mays foi absolvido das acusações de arriscar intencionalmente uma embarcação e de incêndio criminoso agravado, disse a Marinha em comunicado, após um juiz decidir que não havia provas suficientes de que Mays ateou o incêndio que destruiu o USS Bonhomme Richard há mais de dois anos.
Depois que o juiz emitiu o veredicto, Mays desabou sobre a mesa e chorou, disse seu advogado de defesa Gary Barthel, “sentindo como se um peso de 450 quilos tivesse sido tirado de seus ombros”.
Do lado de fora do tribunal, Mays disse estar “agradecido por isso finalmente ter acabado” e os chamou de “os dois anos mais difíceis de toda a minha vida”.
“Perdi tempo com amigos. Eu perdi amigos. Perdi tempo com a família e toda a minha carreira na Marinha foi arruinada”, disse Mays. “Estou ansioso para recomeçar”, completou.
Um porta-voz da Marinha, Sean Robertson, da 3ª Frota dos EUA, disse à CNN em um comunicado: “Mays foi considerado inocente das acusações de risco intencional de uma embarcação e de incêndio criminoso agravado. A Marinha está comprometida em defender os princípios do devido processo legal e um julgamento justo.”
O fogo a bordo do navio de assalto anfíbio durou quatro dias antes de ser finalmente extinto, destruindo o navio e forçando a Marinha a sucatear a embarcação de bilhões de dólares. O USS Bonhomme Richard estava no porto para atualizações para permitir que ele acomodasse os caças F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais quando o incêndio começou.
Um ano após o incêndio, a Marinha acusou Mays de ser o responsável. Mays era um membro da tripulação do navio na época.
Mas o advogado de defesa de Mays disse que as evidências nunca foram fortes e que o juiz recomendou na audiência preliminar que o caso não fosse adiante.
“Minha opinião sobre este caso desde o início é que era um caso fraco”, disse Barthel.
Uma investigação da Marinha divulgada em outubro passado descobriu que o incêndio era “claramente evitável” e era o resultado de uma série de falhas sistemáticas.
A cascata de erros e avarias envolveu 36 funcionários da Marinha, segundo a investigação, incluindo o comandante do USS Bonhomme Richard e cinco almirantes, que não conseguiram manter o navio, garantir treinamento adequado, fornecer apoio em terra ou realizar supervisão adequada.
Mesmo antes do incêndio, a condição do navio estava “significativamente degradada”, descobriu a investigação, incluindo equipamentos de combate a incêndio, capacidade de detecção de calor e equipamentos de comunicação, permitindo que as chamas se espalhassem mais rapidamente.
Enquanto isso, a tripulação do navio falhou nos exercícios de combate a incêndios, incluindo uma repetida incapacidade de aplicar produtos químicos de combate a incêndios durante os exercícios em 14 ocasiões consecutivas que antecederam o incêndio.
Em julho, a Marinha anunciou que puniria mais de 20 marinheiros pelo incêndio. As ações mais sérias se concentraram na liderança do navio de guerra e na equipe de resposta ao fogo.
O ex-comandante do navio, capitão Gregory Scott Thoroman, e o ex-oficial executivo, capitão Michael Ray, receberam cartas punitivas de repreensão e perda de pagamento. O ex-chefe de comando, José Hernandez, recebeu uma carta punitiva de repreensão.