Marco de dois anos de guerra tem promessa de vitória e ataques entre Ucrânia e Rússia
Defesas ucranianas vivem momento crucial, com ajuda de outros países se esgotando
A guerra entre Ucrânia e Rússia completou dois anos neste sábado (24), com ataques entre os países, protestos na Europa e promessas de vitória e apoio estrangeiro.
Em discurso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, relembrou os mortos e agradeceu a resiliência da população, mas prometeu que sairão vitoriosos do conflito. Ele também recebeu líderes do Ocidente em Kiev.
Já ministro da Defesa russo visitou tropas e ouviu relatos da captura de Avdiivka, a conquista mais importante para as tropas de Vladimir Putin em cerca de um ano.
Veja abaixo como foi o dia que marcou os dois anos da guerra.
Ataques com drones e mísseis
As forças russas atingiram alvos em toda a Ucrânia durante a madrugada deste sábado (24) usando mísseis e drones, disseram os militares ucranianos em comunicado.
Durante a ofensiva, as defesas ucranianas abateram dois mísseis guiados X-59 e 12 drones que sobrevoavam as regiões de Kirovohrad, Odessa e Mykolaiv.
Uma pessoa morreu depois que um prédio residencial foi atingido em Odessa, segundo a polícia nacional ucraniana. Três pessoas foram levadas ao hospital, enquanto uma foi resgatada dos escombros.
A Ucrânia, por sua vez, afirmou ter realizado um ataque noturno com drones que causou um incêndio em uma grande fábrica de metal no centro-sul da Rússia, de acordo com uma fonte ucraniana.
Zelensky promete vitória
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso aos ucranianos do campo de aviação Hostomel, local que testemunhou o início da invasão em grande escala da Rússia há dois anos.
“Uma nação que sobreviveu aos primeiros três dias. E não caiu no quarto. E venceu no quinto dia. E então um mês. E então seis meses. E, agora, dois anos. Estamos lutando por isso. Por 730 dias de nossas vidas. E nós venceremos. No melhor dia das nossas vidas”, pontuou.
Ministro da Defesa russo visita tropas
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, visitou neste sábado (24) as tropas russas do grupo “Centro” que estão envolvidas nos combates na Ucrânia, de acordo com o Ministério da Defesa.
Shoigu “ouviu os relatos do comandante do grupo Centro e dos oficiais do Estado-Maior sobre a situação atual, a natureza das ações do inimigo e como as tropas russas estão realizando tarefas de combate na área operacional”, destacou a pasta.
G7 promete apoio; Ucrânia assina acordos
Os líderes dos principais países do Grupo dos Sete (G7) prometeram apoiar a Ucrânia durante o tempo que for necessário na guerra contra a Rússia e disseram que vão buscar formas de fazer Moscou pagar pelos danos causados pela invasão.
Além disso, o Reino Unido anunciou um pacote de munições de 245 milhões de libras para aumentar as reservas de artilharia da Ucrânia.
A ajuda é crucial para que a defesa ucraniana consiga resistir à ofensiva russa. Durante as cerimônias dos dois anos de guerra, Zelensky recebeu a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, assinando acordos bilaterais de segurança com ambos os países.
Homenagens na Ucrânia
Moradores de Bucha, uma pequena cidade ao norte de Kiev e cenário de alguns dos piores supostos crimes de guerra cometidos pelas tropas russas, prestaram homenagem no sábado (24) àqueles que perderam a vida durante a ocupação russa da cidade no início da invasão em grande escala.
Em um cemitério local, um mar de bandeiras nacionais amarelas e azuis tremulava sobre sepulturas adornadas com flores em homenagem a centenas de civis e soldados mortos pelas tropas russas.
A Ucrânia afirma que mais de 1.400 pessoas foram mortas em Bucha durante a ocupação, incluindo 37 crianças. Mais de 175 pessoas foram encontradas em valas comuns e câmaras de tortura, e 9 mil crimes de guerra russos foram identificados.
Rússia comemora avanço no campo de batalha
As forças russas afirmam que capturaram cerca de 200 soldados ucranianos na luta por Avdiivka, segundo o Ministério da Defesa do país.
Avdiivka está na linha de frente desde que separatistas pró-Moscou tomaram grande parte da região de Donbass, incluindo a cidade vizinha de Donetsk, em 2014.
A cidade é a vitória mais significativa da Rússia desde que capturou Bakhmut, no ano passado.
Manifestações na Europa
Diversos países e cidades na Europa registraram protestos e manifestações a favor da Ucrânia, como Londres, Berlim e Madri.
Em Atenas, cerca de 500 manifestantes, entre eles expatriados ucranianos, fizeram uma marcha. Uma bandeira da ucrânia gigante foi estendida e o grupo levava cartazes em apoio à Kiev e contra Moscou.
Em Berlim, na Alemanha, milhares de pessoas foram até o portão de Brademburgo em uma manifestação em apoio às tropas ucranianas. O prefeito da cidade disse que é dever e responsabilidade da Europa ajudar a Ucrânia, não apenas com auxílio humanitário, mas com assistência militar.