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    Mandato de Boris Johnson foi marcado por escândalos; relembre os maiores

    A crise que o primeiro-ministro britânico Boris Johnson enfrenta agora pode ser a mais grave para sua liderança até agora - mas definitivamente não é a primeira

    Ivana KottasováTara Subramaniamda CNN

    A crise que o primeiro-ministro britânico Boris Johnson enfrenta agora pode ser a mais grave para sua liderança até agora – mas definitivamente não é a primeira. A expectativa é de que ele renuncie ainda nesta quinta (7).

    O governo de Johnson tem sido atormentado por uma série de escândalos, desde acusações de seu desrespeito às regras de lockdown e revelações de festas ilegais realizadas em Downing Street, até alegações de impropriedade e abuso por legisladores conservadores.

    Aqui estão alguns dos escândalos mais notáveis ​​de seu governo.

    Prorrogação ilegal do Parlamento

    Os críticos do governo muitas vezes acusaram o primeiro-ministro de desrespeitar o procedimento do governo e dobrar as regras quando lhe conviesse, como quando ele decidiu pedir à rainha que suspendesse ou fechasse o Parlamento por cinco semanas no auge de uma crise política sobre o Brexit.

    A monarca acatou o pedido, de acordo com seu dever de ficar fora da política e agir apenas sob o conselho dos ministros de Estado.

    Mas quando a Suprema Corte considerou que a prorrogação era ilegal, levantou a desconfortável questão de saber se a rainha havia infringido a lei. A decisão levou a acusações de que o governo de Johnson enganou deliberadamente a monarca como parte de sua estratégia para garantir o Brexit.

    Johnson foi forçado a se desculpar pessoalmente, de acordo com o “Sunday Times”.

    Premiê britânico, Boris Johnson / 24/02/2022 REUTERS/Peter Cziborra

    A prorrogação mal feita foi apenas um exemplo do desrespeito de Johnson pelas regras e padrões parlamentares. Ele apoiou a secretária do Interior, Priti Patel, depois que uma investigação sobre intimidação de funcionários descobriu que ela violou o Código Ministerial e não “tratou seus funcionários públicos com consideração e respeito”, com um “comportamento que pode ser descrito como intimidação”.

    O conselheiro de ética de Johnson, Alex Allen, renunciou por causa do caso.

    A reforma do apartamento

    Um dos primeiros escândalos enfrentados por Johnson foi uma alegação de corrupção depois que mensagens do WhatsApp revelaram que ele havia pedido fundos a um doador do Partido Conservador para reformar sua residência em Downing Street. As agências de notícias britânicas informaram que o trabalho custou cerca de US$ 280 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão)

    Doações e empréstimos políticos são rigidamente controladas no Reino Unido, com empréstimos de mais de US$ 10.400 (R$ 56 mil) registrados e revelados publicamente por uma comissão quatro vezes por ano.

    Johnson não relatou as doações e, como resultado, o Partido Conservador foi multado em 17.800 libras (cerca de R$ 115 mil) pela Comissão Eleitoral em dezembro do ano passado.

    Escândalo de lobby de Owen Paterson

    No ano passado, Johnson tentou forçar os parlamentares conservadores a votar a favor da revogação da suspensão de um colega do partido do Parlamento.

    Owen Paterson, um influente membro conservador e ex-ministro do gabinete, enfrentava uma suspensão de 30 dias depois de ser acusado de uma violação “grave” das regras de lobby.

    Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, durante entrevista coletiva em Londres / 25/05/2022 Leon Neal/Pool via REUTERS

    Após uma reação negativa, Johnson deu meia-volta e Paterson acabou deixando o cargo.

    Os liberais democratas conquistaram a cadeira de Paterson – uma que os conservadores ocuparam por quase 200 anos – na eleição subsequente em dezembro.

    “Partygate”

    Johnson enfrentou meses de revelações que o prejudicaram de festas realizadas em Downing Street, residência e sede oficial do governo britânico, desafiando os lockdowns da Covid-19, com imagens vazadas da festa surgindo na mídia desde janeiro.

    Um relatório publicado em maio pela funcionária pública sênior Sue Gray criticou uma cultura de eventos que quebraram as regras e revelou novas fotos dele em duas reuniões separadas.

    Entre as festas: uma noite de bebedeira na véspera do funeral do príncipe Philip – em um momento em que limites rígidos de socialização forçaram até a rainha a se sentar sozinha para se despedir daquele que foi seu marido por quase 74 anos.

    Gray escreveu que “a liderança sênior no centro” da administração de Johnson “deve assumir a responsabilidade” por uma cultura que permitiu que as festas ocorressem.

    Boris Johnson segura cerveja durante encontro com apoiadores em julho de 2019, em Londres. / Henry Nicholls WPA Pool/Getty Images

    O próprio Johnson foi multado pela Polícia Metropolitana de Londres por participar de uma festa nas instalações do governo, tornando-o o primeiro premiê do Reino Unido na história a ter infringido a lei no cargo.

    Sunak, que renunciou na terça-feira, também foi multado por participar do mesmo evento.

    A maneira como Johnson lidou com o escândalo foi particularmente equivocada, com Downing Street primeiro negando que houvesse reuniões, depois dizendo que não sabia sobre elas e depois alegando que participou delas porque acreditava que eram eventos de trabalho.

    Alegações de má conduta contra Pincher

    A renúncia coletiva de membros do governo  foi desencadeada por revelações de que Johnson nomeou Chris Pincher para seu governo, apesar de saber de alegações anteriores de má conduta sexual.

    Pincher, vice-chefe dos conservadores, renunciou na semana passada após alegações de que apalpou dois convidados em um jantar privado.

    Pincher não admitiu as acusações diretamente, mas disse a Johnson em uma carta que “na noite passada eu bebi demais” e “envergonhei a mim e a outras pessoas”.

    Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson / 09/06/2022 Peter Byrne/Pool via REUTERS

    Downing Street lutou para explicar por que Pincher estava no governo em primeiro lugar, em meio a uma onda de revelações sobre sua suposta conduta anterior, negando que Johnson soubesse algo específico sobre as alegações.

    Na terça-feira, surgiu uma queixa contra Pincher no Ministério das Relações Exteriores há cerca de três anos e que Johnson foi informado sobre o que aconteceu. Downing Street então disse que havia esquecido.

    Johnson reconheceu que “foi um erro” nomear Pincher para seu governo na terça-feira, mas o dano já havia sido feito.

    A onda de renúncias do governo começou poucos minutos depois que ele se desculpou pela decisão, com o chanceler Rishi Sunak e o secretário de Saúde Sajid Javid entregando seus avisos.

    Nas 24 horas seguintes, dezenas acompanharam o movimento.

    * Rob Picheta e Luke McGee, da CNN, contribuíram para esta reportagem

    Infográfico explicativo de como será a escolha do líder do Partido Conservador que sucederá Boris Johnson. / CNN

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