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    Hezbollah: Entenda o que é o grupo radical mais perigoso que o Hamas e que teria simpatizantes brasileiros

    Polícia Federal prendeu duas pessoas no Brasil suspeitas de ligação com o grupo radical islâmico libanês

    Da CNN

    Na manhã desta quarta-feira (8), a Polícia Federal (PF) prendeu duas pessoas no Brasil suspeitas de ligação com o grupo radical islâmico libanês Hezbollah.

    Segundo a investigação, os brasileiros preparavam atos de terrorismo no Brasil, com focos em ataques a prédios da comunidade judaica.

    O Hezbollah é uma organização política e paramilitar fundamentalista (xiita) islâmica com uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio.

    O grupo tem sua base principal na fronteira entre Líbano e Israel e pode se tornar uma ameaça imprevisível durante a guerra de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Desde o início do conflito, Israel e Hezbollah têm trocado ataques menores.

    O armamento avançado do grupo e o apoio do Irã torna o Hezbollah uma ameaça maior do que outros grupos radicais, como o Hamas.

    As origens do Hezbollah

    O Hezbollah surgiu após a invasão do Líbano por Israel em 1982, quando as forças israelenses tomaram quase metade do território libanês.

    Na capital Beirute, junto a milícias cristãs libanesas de direita aliadas a Israel, o Exército israelense ocupou a parte ocidental da cidade para expulsar os militantes palestinos.

    A operação de Israel nos anos 1980 resultou em mais de 17.000 mortes, de acordo com relatórios contemporâneos. Após o fim do conflito, os israelenses tiveram de responder a um inquérito sobre um massacre no campo de refugiados de Sabra e Shatila, um dos acontecimentos mais sangrentos da história recente da região.

    Esta investigação, conhecida como Comissão de Inquérito Kahan, responsabilizou Israel indiretamente pelo massacre realizado pelas milícias cristãs libanesas de direita aliadas a Israel.

    À medida que multidões de combatentes palestinos deixavam o Líbano, um grupo de combatentes islâmicos xiitas treinados pelo Irã surgiu no turbulento cenário político libanês.

    O grupo desorganizado teve um impacto descomunal e violento. Em 1983, dois homens-bomba ligados à facção atacaram um quartel da Marinha dos EUA em Beirute, matando quase 300 militares dos EUA e da França, e alguns civis.

    Um ano depois, combatentes ligados ao Irã bombardearam a Embaixada dos EUA em Beirute, matando 23 pessoas. Em 1985, esses militantes se uniram de maneira mais formal em torno de uma organização recém-fundada: o Hezbollah.

    O grupo não escondeu sua lealdade ideológica ao Irã e recebeu um fluxo constante de fundos do país.

    O Hezbollah se tornou um dos participantes na guerra civil do Líbano, que terminou em 1990, e liderou a luta contra as forças israelenses que ocupavam o sul do Líbano, conseguindo expulsá-las em 2000.

    Muitos países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha, bem como os estados do Golfo Pérsico e a Liga Árabe, rotulam todo o grupo como uma organização terrorista.

    Já a União Europeia e a França consideram apenas a ala militar do Hezbollah como tal. Hassan Nasrallah, líder do grupo, é considerado um terrorista internacional pelos Estados Unidos e, sendo assim, está sujeito a sanções norte-americanas.

    Ao longo da última década, o Hezbollah tem tido um papel cada vez mais ativo na região, incluindo no Iraque e no Iêmen. O compromisso militar estrangeiro mais significativo do grupo foi na Síria, onde milhares de combatentes foram destacados para defender o regime de Bashar al-Assad.

    Durante a guerra civil da Síria, o grupo interveio com sucesso em nome do presidente Bashar al-Assad e ajudou a reforçar as suas defesas após o ditador ter reprimido com violência uma revolta popular.

    Na época, a influência política do grupo parecia estar numa ascendente sem interrupção, apesar de uma aposta interna (apoiada pela Arábia Saudita) de frear seu poder, que se estendia rapidamente para além do Líbano.

    Líder impetuoso e carismático, Nasrallah raramente aparece em público desde a guerra de 2006 contra Israel, aparentemente por medo de assassinato. Na reunião de aniversário de 40 anos do grupo, no ano passado, ele fez seu discurso comemorativo por vídeo.

    Nasrallah usa regularmente linguagem inflamatória contra os estados árabes do Golfo, particularmente contra a Arábia Saudita.

    Qual a ligação entre o Hezbollah e o Hamas?

    O Hezbollah e o Hamas nem sempre estão alinhados. Os dois grupos radicais islâmicos lutaram em lados opostos do levante que se transformou na guerra civil da Síria, com o Hezbollah lutando em nome do ditador sírio Bashar al-Assad, enquanto militantes do Hamas apoiavam a oposição predominantemente sunita.

    O Hezbollah é um grupo do ramo xiita do Islã, enquanto o Hamas é sunita.

    Quando a guerra na Síria terminou na maior parte do país, no final da última década, o Hamas e o Hezbollah deixaram as suas diferenças de lado. O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, elogiou repetidamente a crescente aliança entre os dois grupos.

    Os líderes do Hamas reuniram-se com Nasrallah várias vezes ao longo do último ano, e as ligações cada vez mais profundas do grupo baseado em Gaza com o Irã são amplamente conhecidas.

    Veja mais: Brasileiros ligados ao Hezbollah preparavam ataques no Brasil, diz PF

    *Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da CNN Internacional

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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