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    Mais de 40 pessoas são presas durante protestos do Dia do Trabalho na França

    Manifestantes expressam oposição aos planos do governo para alterar os benefícios do seguro-desemprego

    Reuters

    Manifestantes encapuzados e vestidos de preto entraram em confronto com a polícia em Paris neste sábado (1), enquanto milhares de pessoas se juntaram aos tradicionais protestos de Primeiro de Maio, que acontecem em toda a França, para exigir justiça social e econômica e expressar oposição aos planos do governo para alterar os benefícios do seguro-desemprego.

    A polícia deteve 46 pessoas na capital, onde latas de lixo foram incendiadas e as janelas de bancos foram quebradas, o que atrasou momentaneamente a marcha.

    Os sindicalistas receberam a companhia de membros do movimento “Colete Amarelo”, que desencadeou uma onda de protestos três anos atrás, e por trabalhadores de setores duramente atingidos pelas restrições da pandemia, como a cultura.

    Os manifestantes, a maioria usando máscaras de acordo com as regras de prevenção ao coronavírus, carregavam cartazes nos quais se lia “Os dividendos, e não os benefícios do seguro-desemprego, são a renda de pessoas preguiçosas” e “Queremos viver, não sobreviver”.

    A Chefia de Polícia de Paris, que posicionou 5 mil agentes na cidade, disse que impediu os “Black Blocs” de formarem um grupo.

    “Muito dinheiro está indo para aqueles que já têm muito e menos para aqueles que não têm nada, como está refletido no plano de reforma do seguro-desemprego que queremos que seja abandonado”, disse Philippe Martinez, chefe do sindicato Confederação Geral do Trabalho.

    Cerca de 300 protestos foram organizados em cidades como Lyon, Nantes, Lille e Toulouse.

    O líder da extrema esquerda Jean-Luc Melenchon e a líder da extrema direita Marine Le Pen, que planejam desafiar o presidente Emmanuel Macron na eleição presidencial do próximo ano, compareceram aos eventos do primeiro de maio.

    “Meu desejo para a classe trabalhadora é que ela possa se livrar do medo de ficar desempregada”, disse Melenchon em uma passeata em Lille, acrescentando que espera retornar à cidade como presidente.

    Le Pen, que antes depositou uma coroa de flores em Paris na estátua de Joana d’Arc, o símbolo nacionalista de seu partido, alertou sobre o “caos total” se Macron for reeleito.

    Macron, o ex-banqueiro que conquistou a presidência em 2017 prometendo uma nova maneira de fazer política, viu sua agenda de reformas atolar em lutas com os sindicatos, enquanto a pandemia interrompeu sua planejada reforma do sistema previdenciário.

    A França, que tem a oitava maior contagem mundial de mortes por Covid-19, começará a relaxar a terceira medida de restrição à pandemia a partir de segunda-feira (3), após uma queda nas taxas de infecção.

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