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    Mais de 120 mil ucranianos fugiram do país, diz ONU

    Enquanto as forças russas lançam ataques contra cidades ucranianas, famílias temerosas lotavam as fronteiras da União Europeia na esperança de entrar na Polônia, Eslováquia, Romênia e Hungria nos últimos dias

    Jennifer HauserJeevan Ravindranda CNN*

    A vice-alta comissária das Nações Unidas para os Refugiados, Kelly Clements, disse à CNN que até 4 milhões de pessoas podem tentar cruzar as fronteiras enquanto a crise na Ucrânia continua.

    Na manhã deste sábado (26), da capital suíça, Genebra, Clements disse à CNN que as pessoas estavam tendo que tomar “decisões de vida ou morte”, com 850 mil pessoas deslocadas internamente enquanto mais de 120 mil pessoas fugiram da Ucrânia.

    “Tivemos uma crise humanitária no país nos últimos oito anos e ela se tornou muito pior. Além desses, 850 mil deslocados internos principalmente no leste, sabemos que mais de 100 mil pessoas já estão em movimento.”

    Clements disse que havia filas em vários postos de fronteira e muitos ucranianos estavam monitorando a situação. Ela acrescentou que “muitos mais” seguiriam o “grande número” de refugiados que já cruzaram para a vizinha Moldávia.

    “Agora vemos mais de 120 mil pessoas que foram para todos os países vizinhos. E devo dizer que a recepção que eles estão tendo das comunidades locais, das autoridades locais, é tremenda”, disse Clements.

    “Mas é uma situação dinâmica, estamos realmente devastados, obviamente, com o que está por vir, e diríamos que até 4 milhões de pessoas podem realmente cruzar as fronteiras, se as coisas continuarem a se deteriorar, o que aconteceu até agora”.
    A estimativa mais recente de pessoas deslocadas é um grande aumento em relação aos números citados pelo alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, na sexta-feira, quando disse que mais de 50.000 pessoas fugiram da Ucrânia nas 48 horas anteriores.

    O Alto Comissariado Adjunto para Refugiados pediu a proteção de civis e infraestrutura civil, dizendo que “o direito internacional humanitário exige isso” e que as vidas das pessoas “estão sendo literalmente tiradas neste conflito”.

    “Até agora, essas fronteiras estão abertas, e isso é algo tremendamente importante em uma situação dinâmica como essa”, acrescentou Clements.

    Polônia, Eslováquia, Romênia e Hungria recebem ucranianos

    Enquanto as forças russas lançavam ataques coordenados com mísseis de cruzeiro e artilharia em várias cidades, incluindo a capital Kiev, famílias temerosas lotavam as fronteiras da União Europeia na esperança de entrar na Polônia, Eslováquia, Romênia e Hungria.

    Na cidade fronteiriça húngara de Beregsurany, Ilona Varga, de 69 anos, entrou na União Europeia a pé, deixando para trás sua casa, loja e espera poder voltar em breve.

    “Meus filhos estão me dizendo para ir para a Hungria de vez, e eles estão certos”, disse Varga. “Mas é tão difícil deixar tudo para trás, nasci aqui, cresci aqui, tenho meu trabalho aqui, tudo me amarra aqui.”

    Na Polônia, que tem a maior comunidade ucraniana da região, com cerca de 1 milhão de pessoas, mais 9 mil pessoas cruzaram a fronteira desde as 7h de sábado, disse o vice-ministro do Interior, Pawel Szefernaker, em entrevista coletiva.

    Em Medyka, no sul da Polônia, a cerca de 85 quilômetros de Lviv, no oeste da Ucrânia, milhares de ucranianos esperavam que as autoridades os processassem como refugiados.

    “Cheguei hoje às 3 da manhã e estou esperando minha esposa”, disse Taras, 25, à Reuters no lado polonês da travessia. “Ela me ligou do lado ucraniano e há uma fila de 30 quilômetros de carros e pessoas. Ela disse que não sabe quando vai atravessar.”

    As ferrovias tchecas enviaram trens especiais que chegaram na madrugada de sábado à fronteira polonesa transportando ucranianos que vivem na República Tcheca para encontrar familiares que escaparam da guerra.

    Na cidade fronteiriça eslovaca de Ubla, as autoridades colocaram refugiados em um ginásio local onde camas dobráveis ​​e colchões de ar enchiam uma quadra de basquete. Os voluntários distribuíram sanduíches enquanto as crianças riam e brincavam com os bichos de pelúcia doados.

    “Chegamos à fronteira de táxi e vamos a Praga para encontrar meu marido, em segurança”, disse Miroslava Krackovska no centro de recepção.

    Uma mulher engasgou e enxugou as lágrimas ao ver notícias em seu celular, passando o telefone rapidamente para a mulher ao lado dela.

    Dois ônibus, transportando búlgaros étnicos de Odessa, chegaram na manhã de sábado à Bulgária e um terceiro estava a caminho. A Bulgária enviou outros quatro ônibus para Kiev para evacuar pessoas de sua minoria de 250.000 na Ucrânia.

    Uma mulher ucraniana casada com um búlgaro descreveu o bombardeio em sua cidade e outra contou sua luta para fugir.

    “Durante dois dias ficamos sentados em nossa bagagem, escondidos nos banheiros”, disse Tanya Mitova, uma búlgara ética, ao canal nacional BNT logo depois de chegar à vila de Durankulak, no nordeste, perto da fronteira com a Romênia.

    “Houve bombardeios, aviões estavam voando, foi muito assustador.”

    (Com informações da Reuters, com reportagem de Anita Komuves em Beregsurany, na Hungria; Pawel Florkiewicz, em Medyka, Polônia; Tsvetelia Tsolova, em Sofia e Jiri Skacel em Ubla; redação de Michael Kahn; edição de Ros Russell)

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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