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    Mais de 100 padres suspeitos de abuso continuam ativos na Igreja Católica de Portugal

    Comissão que investiga os casos prepara uma lista com os nomes dos acusados para enviar à Igreja e ao Ministério Público

    Catarina Demonyda Reuters

    Mais de 100 padres suspeitos de abuso sexual infantil continuam ativos em cargos religiosos em Portugal, de acordo com o chefe de uma comissão que investiga o assunto.

    A comissão, que iniciou os seus trabalhos em janeiro de 2022, disse no seu relatório final publicado na segunda-feira (13) que pelo menos 4.815 crianças foram abusadas sexualmente por membros da Igreja Católica portuguesa – maioritariamente padres – ao longo de 70 anos.

    Segundo a comissão, as descobertas foram a “ponta do iceberg”, descrevendo os 4.815 casos como o número “mínimo absoluto” de vítimas.

    “Há um número aproximado (de padres acusados) e será claramente superior a 100”, disse à televisão SIC o psiquiatra infantil Pedro Strecht, que chefiava a comissão.

    A comissão disse que está preparando uma lista de padres acusados ​​que ainda trabalham para enviar à Igreja e ao Ministério Público.

    Strecht disse que os que estão na lista devem ser retirados de suas funções ou pelo menos proibidos de interagir com crianças e adolescentes durante a investigação.

    José Ornelas, chefe da Conferência Episcopal, disse que a instituição ainda não recebeu a lista. Strecht disse que a conferência receberá “em breve”.

    “O que o Papa (Francisco) diz (é)… abusadores de menores não podem ocupar cargos dentro do ministério enquanto for provado que a pessoa é um abusador”, disse Ornelas, acrescentando que a Igreja não conduziria uma “caça às bruxas” contra seus membros.

    Strecht disse que a Igreja tem o “dever moral e ético de colaborar com as autoridades judiciais” sobre o assunto.

    Os bispos portugueses se reunirão em 3 de março para considerar a implementação de “mecanismos mais eficientes e apropriados” para prevenir futuros abusos, disse Ornelas.

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