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    Mais afegãos passam fome desde tomada pelo Talibã, diz Banco Mundial

    Metade dos lares relatou um declínio no número de refeições feitas diariamente;

    Reuters

    O número de pessoas no Afeganistão que não podem pagar por alimentação e outros bens essenciais dobrou desde a tomada do país pelo Talibã, em agosto de 2021 — o que acontece conforme o desemprego aumenta e os salários caem, mostrou uma pesquisa do Banco Mundial divulgada nesta terça-feira (15).

    A Pesquisa de Bem-Estar no Afeganistão, realizada por telefone entre outubro e dezembro de 2021, constatou que 70% dos entrevistados disseram que suas famílias não tinham condições de cobrir as necessidades básicas alimentares e não-alimentares, contra 35% em maio de 2021.

    A proporção de famílias afegãs que mudaram para alimentos de menor qualidade ou menos caros subiu de 56%, no período de julho-agosto de 2021, para 85%.

    Quase metade dos lares também relatou um declínio no número de refeições feitas diariamente, número que era de aproximadamente um quarto em julho-agosto de 2021.

    O Banco Mundial atribuiu o forte aumento da pobreza às condições econômicas gerais em vez de “ações específicas introduzidas pela administração interina”, citando em particular um declínio nos empregos do setor público.

    As autoridades talibãs ainda carecem de reconhecimento internacional sete meses após a invasão de Cabul, quando as últimas tropas internacionais lideradas pelos EUA partiram, pondo fim a 20 anos de guerra.

    Os doadores cortaram a ajuda financeira, que constituía mais de 70% dos gastos do governo, e cerca de 9 bilhões de dólares em ativos do banco central afegão foram congelados. Muitos líderes talibãs permanecem sob sanções dos Estados Unidos e da ONU.

    As Nações Unidas já advertiram anteriormente que mais da metade das 39 milhões de pessoas do Afeganistão enfrenta a fome.

    O estudo do Banco Mundial descobriu que cerca de um quinto dos chefes de família estavam procurando trabalho no período de outubro-dezembro de 2021, contra 8% durante o mesmo período de 2019, em grande parte devido a um declínio no emprego no exército, na polícia e em outros serviços de segurança.

    Apesar das preocupações ocidentais de que o Talibã, grupo islâmico de linha dura, iria diminuir os direitos das mulheres, a pesquisa disse que em todo o país a frequência escolar entre meninos e meninas de 6 a 18 anos tinha aumentado em outubro-dezembro de 2021, em comparação com o mesmo período de 2019.

    A proporção de famílias que enviam meninos à escola aumentou de 63% para 73%, enquanto as que enviam meninas subiu de 44% para 54%.

    A proporção de famílias urbanas que enviam meninas para a escola permaneceu estável em 53%, mas as famílias que enviam meninas somente para a escola primária subiu de 5% para 19%.

    Sob sua regra anterior de 1996 a 2001, o Talibã proibiu as mulheres e meninas de estudar. Eles dizem que, desde então, eles mudaram.

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