Macron não garante maioria absoluta no Parlamento, estimam pesquisas
Expectativa é de que o bloco do presidente francês conquiste de 270 a 310 assentos no Parlamento; marca fixada para uma maioria absoluta é de 289 cadeiras
O presidente da França, Emmanuel Macron, não tem a garantia de conquistar maioria absoluta no Parlamento, mostraram pesquisas de boca de urna, após uma nova aliança de esquerda marcar uma forte aparição no primeiro turno das eleições parlamentares neste domingo (12).
A expectativa é de que o bloco de coalizão de Macron conquiste, no dia 19 de junho, entre 270 a 310 assentos no Parlamento –a marca fixada para uma maioria absoluta é de 289 assentos–, de acordo com uma projeção do Elabe, enquanto a esquerda foi estimada obtendo 170 a 220 assentos, um grande salto com relação a 2017.
As projeções iniciais do Elabe colocam o bloco Nupes, do veterano de esquerda Jean-Luc Melenchon, lado a lado com a aliança Ensemble, de Macron, no primeiro turno, com 26,2% e 25,8% dos votos, respectivamente.
Como o sistema de dois turnos, que é aplicado a 577 distritos eleitorais em todo o país, o voto popular no primeiro turno não figura como indicativo de quem conquistará a maioria em 19 de junho, quando é realizado o segundo turno.
A capacidade de Macron de aprovar sua agenda de medidas está em jogo, incluindo uma reforma previdenciária que ele diz ser essencial para restaurar a ordem nas finanças públicas. Seus opositores de esquerda pressionam pela redução da idade de aposentadoria e pelo lançamento de uma grande campanha de gastos.
Membros do governo esperam um desempenho relativamente fraco para a coalizão de Macron neste primeiro turno. O bloco de Melenchon tem aproveitado o descontentamento popular em relação ao aumento do custo de vida na França.
Um número recorde de pessoas deve se abster, projetam as pesquisas, com mais da metade de todos os eleitores registrados longe das seções eleitorais em um domingo quente e ensolarado.
As projeções iniciais pós-eleição presidencial mostravam Macron no rumo de obter a maioria no Parlamento. Mas o presidente manteve um perfil discreto desde a votação, levando duas semanas para formar um governo e raramente fazendo aparições.