Macron foi forçado a defender seu legado em uma França dividida, diz especialista

Em entrevista à CNN, neste domingo (24), o historiador Vinicius Bivar analisou o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, após projeção indicar sua reeleição. Para o historiador, a eleição francesa deste ano “foi diferente”, já que ambos os candidatos adotaram estratégias diferentes, na comparação com o pleito de 2017.

Bivar entende que Macron “foi forçado a defender seu legado, dentro de uma frança eleitoralmente mais dividida”.

“O discurso teve um tom focado na defesa de seu mandato, sobretudo no segundo turno, onde Macron se engajou de forma mais direta na campanha eleitoral”. Além disso, para o especialista, a fala do presidente mira uma parcela da população que o rejeita.

“Existe uma rejeição muito grande contra algumas pautas que ele propôs ao longo dos cinco anos, sobretudo a agenda liberal. Esta enfrenta grande aversão do eleitorado francês, que possui uma tradição de voto na esquerda”, afirmou,

Sobre a adversária, Marine Le Pen, Bivar também acredita que ela optou por estratégias diferentes daquelas utilizadas em 2017.

“Le Pen buscou um tom mais moderado e focou no problema da inflação e do aumento dos preços. Ela se aproveitou dessa insatisfação, já que é um tema prioritário para os franceses. Além disso, fez propostas justamente com o objetivo de combater e restaurar o poder de compra da população”.

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