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    “Lutamos por toda a comunidade internacional”, diz ministro israelense

    Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores de Israel destacou que "a maior parte do mundo livre deverá lidar com os próximos dias difíceis". Porta-voz das forças militares também destacou o risco de escalada na fronteira com o Líbano

    Letícia Britoda CNN , São Paulo

    “Nós não estamos lutando apenas por Israel. Estamos lutando pela comunidade internacional e pela dignidade humana”. A declaração foi feita pelo ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, na manhã desta terça-feira (17), em coletiva de imprensa.

    De acordo com Cohen, “a maior parte do mundo livre lidará com dias difíceis” junto com Israel. “Eu tenho certeza que vocês viram os vídeos, viram as fotos. Há apenas um responsável: o Hamas “, disse o ministro.

    A coletiva ainda contou com depoimentos de vítimas dos ataques do Hamas a Israel. Os dois filhos de Renana Gome foram sequestrados e levados para Gaza. Ela falava com filhos ao telefone no momento em que o apartamento em que eles estavam foi invadido.

    “Eu não sei nada deles, não sei como eles estão, como eles foram levados, nenhuma informação. 80 pessoas da idade entre seis meses a 86 anos foram retiradas da minha pequena comunidade. E a minha mensagem ao mundo é: precisamos que o mundo se engaje para libertá-los imediatamente. Precisa ser o item número um na agenda de Israel e do mundo”, disse Gome.

    Já Shaylee Atari foi perseguida por membros do Hamas durante 28 horas com sua filha de um mês. O marido dela havia sido assassinado enquanto tentavam se esconder no quarto do casal.

    “Quando o Exército israelense nos encontrou, a minha filha estava apática, desidratada, e no hospital disseram que ela estava ‘chorando sem lagrimas’. Minha filha inalou tanta fumaça que precisou receber oxigênio por 91 horas. A pessoa que encontrou meu marido era minha vizinha, e ela disse que ele recebeu um tiro na cabeça. Nossa família está partida, não tenho energia para falar, 70 pessoas massacraram nosso kibutz. O meu sogro está enterrando o filho, a sobrinha, o marido dela e os bebês gêmeos deles. Tento encontrar alívio pensando que pelo menos não queimaram a minha bebê, como queimaram outros; que não abriram minha barriga, como fizeram com outras mães; que não mataram o meu cachorro, que foi resgatado. Um vizinho meu foi morto e desmembrado, penso: por que fizeram isso com a gente?” disse Atari, emocionada.

    Na manhã desta terça-feira (17), a família de Tchelet Fishbein-Zaarur, filha de mãe brasileira, confirmou a morte da jovem de 18 anos. O Exército informou que o corpo dela, que estava desaparecida desde 7 de outubro, foi encontrado perto da fronteira de Gaza. Segundo o governo israelense, há 199 reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

    O tenente Peter Lerner, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, detalhou os próximos passos das Forças Armadas de Israel no conflito. De acordo com o tenente, mais de 300 mil reservistas foram convocados e o Exército trabalha engajado em três linhas:

    • retirar a ameaça do Hamas da região da Faixa de Gaza;
    • reconstruir a barreira entre Israel e Gaza, que possui mais de 20 pontos de possível penetração de terroristas;
    • e destruir por completo o Hamas, incluindo os perpetradores dos atos de 7 de outubro, mas também os líderes, financiadores e recrutadores.

    O tenente ainda chamou a atenção para a escalada de tensões na fronteira de Israel com o Líbano, e responsabilizou o Irã e o governo libanês por apoiar as atividades do grupo Hezbollah na região.

    “Estamos vendo uma escalada de atividades do Hezbollah contra Israel no norte da nossa fronteira. Nós já preparamos as nossas tropas e podemos atuar em duas frentes”, alertou o tenente Peter Lerner. “O Irã tem interesse nessa escalada. Peço que o governo do Líbano fique de olho do que estamos fazendo na Faixa de Gaza e como estamos destruindo Hamas, lider por lider, terrorista por terroristas. E esperamos que evitem que o Hellzbolah não faça ataques contra o nosso povo.”

    Também nesta terça-feira, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que se as “atrocidades” na região de Gaza continuarem, “os muçulmanos e as forças de resistência podem perder a paciência”, alertando para uma escalada nos conflitos. Ao mesmo tempo, deputados dos Estados Unidos pressionam o presidente Joe Biden a aplicar sanções ao Irã pelo apoio ao Hamas. Biden visitará Israel nesta quarta-feira (18).

    O governo brasileiro tenta uma saída pacífica para o conflito. Como líder rotativo do Conselho de Segurança da ONU durante o mês de outubro, a proposta do Brasil, que será discutida hoje, condena o Hamas, exige a criação de um corredor humanitário para a população em Gaza e pede a soltura de todos os reféns.

    Enquanto isso, na fronteira sul entre a Faixa de Gaza e o Egito, ataques aéreos aconteceram nesta manhã a cerca de um quilômetro da passagem de Rafah, principal via de entrada e saída da região. Do lado egípcio, caminhões com produtos e mantimentos aguardam para entrar em Gaza. Do outro lado, famílias — inclusive de brasileiros — tentam escapar do conflito.

    De acordo com informações do Itamaraty à CNN, uma das condições do governo egípcio para reabrir a passagem de Rafah é que Israel autorize a entrada da ajuda humanitária em Gaza, o que poderia evitar uma fuga em massa de cidadãos palestinos na região.

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