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    “Lula é voz da razão e seu papel é garantir paz e estabilidade”, diz presidente da Guiana

    Líderes se reunirão na quinta-feira (28) para tratar impasse envolvendo Essequibo, região reivindicada pela Venezuela

    Teo Curyda CNN , Georgetown, Guiana

    O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, afirmou nesta quarta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a responsabilidade de proporcionar liderança na América do sul e garantir a paz e a estabilidade da região.

    Irfaan Ali havia sido questionado pela reportagem da CNN a respeito do papel do presidente Lula na intermediação das discussões sobre Essequibo, área rica em petróleo que corresponde a dois terços da Guiana e que é reividicada pela Venezuela.

    “Penso que ele tem uma grande responsabilidade sobre os seus ombros no sentido de proporcionar liderança regional. Ele já tem feito isso. Ele estendeu a mão tanto para a Guiana quanto para a Venezuela”, afirmou.

    “Ele [Lula] é uma voz estável, uma voz da razão, e penso que o seu papel é garantir que a paz e a estabilidade permaneçam e para garantir que todas as partes respeitem e ajam dentro dos limites do direito internacional e do respeito pelo direito internacional”, disse Ali.

    Em seu discurso no encerramento da cúpula dos chefes de governo da Comunidade do Caribe, Lula afirmou que cabe aos países da região mantê-la como zona de paz. “Temos o desafio de manter nossa autonomia em meio à rivalidade geopolítica. Cabe a nós manter a região como zona de paz”, disse.

    No final de dezembro, o Reino Unido decidiu enviar um navio de guerra para a Guiana como demonstração de apoio diplomático e militar. O país, o único de língua inglesa na América do Sul, é ex-colônia britânica e membro da Comunidade Britânica.

    A decisão gerou reações na região. Nicolás Maduro reforçou suas tropas na fronteira com a Guiana e afirmou que a entrada de um navio de guerra britânico nas águas da costa da Guiana viola o “espírito” de um acordo alcançado entre os dois países.

    Maduro disse, na ocasião, que a decisão do Reino Unido “perturba a felicidade e a tranquilidade da família venezuelana” e simboliza uma “ameaça militar de Londres contra o país sul-americano”.

    À época, o governo brasileiro informou acompanhar com preocupação o desdobramento. O Brasil atua buscando facilitar o diálogo entre os dois países, defendendo que a solução deve ser bilateral.

    Naquela ocasião, o governo disse acreditar que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo em curso pudesse produzir resultados. “O Brasil conclama as partes à contenção, ao retorno ao diálogo e ao respeito ao espírito e à letra da Declaração de Argyle.”

    A reividincação de Essequibo pela Venezuela é um tema que deve estar presente nas conversas bilaterais que Lula terá em Georgetown com Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana, e que provavelmente terá com Maduro em Kingstown, em São Vicente e Granadinas.

    No encontro, entre outras coisas, Lula deve agradecer ao presidente da Guiana pela disposição em aceitar sentar-se à mesa com o Nicolás Maduro e conversar a respeito do impasse envolvendo Essequibo, região reivindicada pela Venezuela.

    O presidente viaja, na sequência, para Kingstown, em São Vicente e Granadinas, para participar da cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidade do Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). À margem da cúpula da Celac, Lula deve se encontrar com Maduro.

    Segundo relatos feitos à CNN por auxiliares diretos do petista, entre outros temas, Lula pretende falar com Maduro sobre a importância de se fixar uma data para as eleições presidenciais na Venezuela ainda em 2024, conforme estabelecido pelo Acordo de Barbados.

    O acordo, celebrado em outubro do ano passado, prevê a realização de eleições transparentes e a libertação de oposicionistas presos. Em troca, os Estados Unidos suspenderam parcialmente suas sanções econômicas contra a Venezuela.

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