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    Lula e Biden divulgam declaração pelo direito dos trabalhadores; veja 5 pontos principais

    Chefes de Estado se encontraram em Nova York nesta quarta-feira (20); presidente brasileiro afirmou que EUA e Brasil devem se tratar como “amigos com objetivo em comum”

    Tiago Tortellada CNN , São Paulo

    Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Brasil, e Joe Biden, dos Estados Unidos, se encontraram, nesta quarta-feira (20), em Nova York. Durante a reunião bilateral, um dos temas discutidos foi o direito dos trabalhadores.

    Os chefes de Estado divulgaram uma declaração conjunta afirmando “o compromisso mútuo” em relação ao tema e à “promoção do trabalho digno“.

    Veja os 5 pontos da declaração:

    1. Proteger os direitos dos trabalhadores, tal como descritos nas convenções fundamentais da OIT [Organização Internacional do Trabalho], capacitando os trabalhadores, acabando com exploração de trabalhadores, incluindo trabalho forçado e trabalho infantil;
    2. Promoção do trabalho seguro, saudável e decente, e responsabilização no investimento público e privado;
    3. Promover abordagens centradas nos trabalhadores para as transições digitais e de energia limpa;
    4. Aproveitar a tecnologia para o benefício de todos; e
    5. Combater a discriminação no local de trabalho, especialmente para mulheres, pessoas LGBTQI e grupos raciais e étnicos marginalizados.

    Um dos pontos destacados pelo documento é a preocupação dos países com o efeito do que chamaram “digitalização das economias” e do uso profissional da inteligência artificial no mundo do trabalho.

    A declaração ressalta ainda que “os trabalhadores e seus sindicatos lutaram pela proteção no local de trabalho, pela justiça na economia e pela democracia nas nossas sociedades”, destacando que estão no centro das economias dinâmicas e do “mundo saudável”.

    Assim, afirmam que querem colocar a classe trabalhadora “no centro das nossas soluções políticas”, os apoiando e capacitando.

    Estados Unidos enfrentam greve de metalúrgicos

    O sindicato que representa empregados de montadores nos Estados Unidos realiza uma greve desde a manhã de sexta-feira (15), com paralisação em ao menos três instalações da Ford, General Motors e Stellantis.

    Eles afirmaram que convocarão greves em mais unidades dessas montadoras se não houver “progresso sério” em direção a um acordo até sexta-feira (22).

    A demanda inicial do sindicato era de aumentos de 40% nos salários, proteção no emprego, semana de trabalho de 32 horas e melhora dos benefícios para aposentados.

    “Amigos com objetivo em comum”, diz Lula

    Durante o encontro bilateral, o presidente Lula avaliou que os EUA e o Brasil devem se tratar como “amigos em busca de um objetivo em comum: desenvolvimento e melhoria de vida do povo”.

    Os dois líderes também lançaram a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras, uma iniciativa entre os dois países com o objetivo promover o trabalho digno.

    “Precisamos apresentar uma proposta concreta para despertar esperança na sociedade que vive do trabalho no mundo”, disse o presidente brasileiro.

    VÍDEO — Em encontro com Biden, Lula diz que EUA e Brasil são “amigos com objetivos comuns”

    Leia a declaração conjunta na íntegra:

    Nossos governos afirmam o compromisso mútuo com os direitos dos trabalhadores e a promoção do trabalho digno.

    Os trabalhadores construíram os nossos países – desde as nossas infraestruturas mais básicas e serviços críticos, à educação dos nossos jovens, ao cuidado dos nossos idosos, até nossas tecnologias mais avançadas.

    Os trabalhadores e os seus sindicatos lutaram pela proteção no local de trabalho, pela justiça na economia e pela democracia nas nossas sociedades – eles estão no centro das economias dinâmicas e do mundo saudável e sustentável que procuramos construir para os nossos filhos.

    Face aos complexos desafios globais, desde as alterações climáticas ao aumento dos níveis de pobreza e à desigualdade econômica, devemos colocar os trabalhadores no centro das nossas soluções políticas. Devemos apoiar os trabalhadores e capacitá-los para impulsionar a inovação que necessitamos urgentemente para garantir o nosso futuro.

    Hoje, os Estados Unidos e o Brasil anunciam o lançamento da nossa iniciativa global conjunta para elevar o papel central e crítico que os trabalhadores desempenham num mundo sustentável, democrático, equitativo e pacífico.

    Já compartilhamos a compreensão e o compromisso de abordar questões críticas de desigualdade econômica, salvaguardar os direitos dos trabalhadores, abordar a discriminação em todas as suas formas e garantir uma transição justa para energias limpas.

    A promoção do trabalho digno é fundamental para a consecução da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

    Também estamos preocupados e atentos aos efeitos no trabalho da digitalização das economias e do uso profissional da inteligência artificial no mundo do trabalho.

    Com esta nova iniciativa, pretendemos expandir a nossa ambição e reforçar nossa parceria para enfrentar cinco dos desafios mais urgentes enfrentados pelos trabalhadores em todo o mundo: (1) proteger os direitos dos trabalhadores, tal como descritos nas convenções fundamentais da OIT, capacitando os trabalhadores, acabando com exploração de trabalhadores, incluindo trabalho forçado e trabalho infantil; (2) promoção do trabalho seguro, saudável e decente, e responsabilização no investimento público e privado; (3) promover abordagens centradas nos trabalhadores para as transições digitais e de energia limpa; (4) aproveitar a tecnologia para o benefício de todos; e (5) combater a discriminação no local de trabalho, especialmente para mulheres, pessoas LGBTQI e grupos raciais e étnicos marginalizados.

    Pretendemos trabalhar em colaboração entre os nossos governos e com os nossos parceiros sindicais para fazer avançar estas questões urgentes durante o próximo ano, vislumbrando uma agenda comum para discutir com outros países no G20 e na COP 28, COP 30 e além.

    Saudamos o apoio e a participação dos líderes sindicais dos nossos países e das organizações globais, bem como da liderança da Organização Internacional do Trabalho, e esperamos que outros parceiros e aliados se juntem a este esforço.

    Juntos, podemos criar uma economia sustentável baseada na prosperidade compartilhada e no respeito pela dignidade e pelos direitos dos trabalhadores.

    *com informações de Fernanda Pinotti, da CNN, e do Estadão Conteúdo

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