Lula diz que conversará com Maduro sobre situação de imigrantes e fluxo na fronteira
Presidente declarou que governo vai "acolher todos que quiserem vir de qualquer lugar para o Brasil", mas que é importante que as pessoas possam voltar à Venezuela conforme o país volte à normalidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (3), que manterá discussões com o presidente da Venezuela Nicolás Maduro e seu governo para tratar de questões como o fluxo de imigrantes venezuelanos na fronteira com Roraima e o cuidado com o povo indígena Yanomami que vive na região.
Ao ser questionado sobre descontrole de imigração na fronteira, durante entrevista a rádios da região amazônica, Lula disse que tem “total interesse em fazer com que Roraima volte à normalidade, inclusive com menos venezuelanos vindo para o Brasil”.
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“Nós estamos normalizando a nossa relação com a Venezuela. Já foi acertado com o presidente Maduro. Nós vamos voltar a conversar com ele. É preciso fazer um acerto de uma dívida que a Venezuela tem com o Brasil e nós estamos acertando isso. Queremos discutir inclusive a imigração”, afirmou.
O presidente declarou que o país vai acolher “todos que quiserem vir de qualquer lugar para o Brasil”, mas que é importante que as pessoas possam voltar à Venezuela conforme o país volte à “normalidade”.
Ele também disse que há conversas com o governo venezuelano para normalizar a situação de caminhões parados na fronteira sem poder adentrar o território venezuelano: “Nós também precisamos garantir o comércio e a relação.”
“Vamos ter uma política intensa na Amazônia, e em Roraima também. Vamos discutir com o Maduro a questão da Venezuela, das nossas fronteiras em Roraima, para que a gente possa cuidar da nossa floresta conjuntamente”, disse Lula em outro momento, ao ser questionado sobre o tratamento dado a imigrantes e indígenas no estado fronteiriço.
Lula também disse que um dos focos a serem tratados é o “problema sério que é cuidar dos Yanomami”: “Aquele povo quase foi destroçado pela antipolítica indigenista que o Brasil tinha e a gente quer tratar os indígenas da forma mais civilizada e carinhosa possível”, apontou o presidente.