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    Lukashenko afirma que impediu Putin de “destruir” o Grupo Wagner

    Presidente belarusso mediou a situação entre Yevgeny Prigozhin, chefe da organização mercenário, e o líder russo

    Presidente do Belarus, Alexander Lukashenko
    Presidente do Belarus, Alexander Lukashenko Mikhail Svetlov/Getty Images

    Rob PichetaKatharina Krebsda CNN

    O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, afirma ter convencido o líder russo, Vladimir Putin, a não “destruir” o Grupo Wagner e seu chefe Yevgeny Prigozhin, falando sobre seu papel em deter a insurreição militar dos mercenários que causou crise na Rússia no fim de semana.

    Lukashenko descreveu nesta terça-feira (26) sua visão das negociações que levaram Prigozhin a encerrar sua marcha em direção a Moscou e disse que o oligarca está agora em Belarus, conforme foi acordado.

    “A coisa mais perigosa, pelo que entendi, não é qual era a situação, mas como ela poderia se desenvolver e quais seriam suas consequências”, citou Lukashenko, segundo a mídia estatal belarussa.

    “Também percebi que foi tomada uma decisão dura, de destruir. Sugeri a Putin que não se apressasse. Vamos conversar com Prigozhin, com seus comandantes”, prosseguiu.

    Segundo Lukashenko, Putin disse o seguinte: “Ouça, Alex, é inútil. [Prigozhin] nem atende o telefone, não quer falar com ninguém.”

    Mas o presidente belarusso explicou que conseguiu se apossar do chefe do Grupo Wagner. Segundo seu relato, ele avisou que seria “esmagado como um inseto” se as tropas mercenárias continuassem avançando para a capital russa.

    “Conversamos durante a primeira rodada de 30 minutos com palavras fortes. Exclusivamente. Havia 10 vezes mais palavrões (mais tarde eu os analisei) do que o vocabulário normal”, acrescentou Lukashenko, descrevendo suas interações com um Prigozhin desbocado.

    “Claro, ele se desculpou com antecedência e começou a me contar tudo usando essas palavras obscenas”, continuou.

    O Kremlin creditou a Lukashenko a ajuda para desescalar a situação, embora o relato do líder belarusso sobre os eventos não tenha sido corroborado por Putin ou Prigozhin.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expôs que Lukashenko conseguiu estabelecer um relacionamento pessoal com Prigozhin para chegar ao acordo, que também veria tropas e equipamentos do Gupo Wagner absorvidos pelos militares russos.

    Enquanto isso, o Serviço Federal de Segurança da Rússia informou que desistiria do caso contra os combatentes mercenários por causa do aparente levante.

    A rebelião de Prigozhin marcou uma escalada repentina e dramática de sua rivalidade de longa data com os comandantes militares da Rússia.

    Ele assumiu o controle de um quartel-general militar do sul e dirigiu suas tropas privadas para Moscou, e exigiu a renúncia do ministro da Defesa, Sergei Shoigu – uma ligação que Lukashenko diz ter desistido durante as discussões.

    Embora Putin tenha sobrevivido aos eventos, sua posição parece significativamente enfraquecida. Em um discurso na segunda-feira (26), o líder russo agradeceu aos mercenários por tomarem a “decisão certa” ao interromper seu avanço e ofereceu-lhes contratos para ingressar na força do Ministério da Defesa russo.

    O presidente russo também afirmou que a “rebelião armada teria sido reprimida de qualquer maneira”, sem especificar como.

    Lukashenko disse nesta terça-feira que Prigozhin recebeu suas garantias pessoais de segurança e a segurança de seus homens, a fim de neutralizar a rebelião na noite de sábado (24).

    “Às cinco horas da tarde ele me ligou e disse: ‘Aceito todas as suas condições. Mas… O que devo fazer? Nós paramos – eles vão nos destruir’ Eu respondi: ‘Eles não vão. Eu garanto-te. Vou assumir isso sozinho’”, lembrou Lukashenko.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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