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    Líderes mundiais pedem tratado para estimular a cooperação durante pandemias

    Em carta aberta, líderes pedem que países evitem "nacionalismo na vacinação". EUA, Rússia e China não fazem parte dos signatários.

    Boris Johnson, premiê do Reino Unido, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Emmanuel Macron, presidente da França
    Boris Johnson, premiê do Reino Unido, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Emmanuel Macron, presidente da França Foto: Getty Images

    Zamira Rahim,

    da CNN

    Líderes globais foram convocados para discutir um novo tratado com o objetivo de ajudar o mundo na preparação para futuras pandemias, em vista do fortalecimento do nacionalismo na questão das vacinas.

    Mais de 20 líderes nacionais, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, o premiê britânico, Boris Johnson, e a chanceler alemã, Angela Merkel, escreveram uma carta publicada em diversos veículos de notícias na terça-feira (30), com o alerta de que haverá crises futuras na saúde mundial e que o mundo precisa estar mais preparado para elas.

    O documento pede uma maior cooperação internacional e diz que os países devem evitar o isolacionismo e o nacionalismo.

    “Haverá outras pandemias e outras emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral consegue enfrentar essa ameaça sozinho. A questão não é “se”, mas “quando” isso vai acontecer”, afirma o artigo.

    O aviso severo é dado em um momento onde países e blocos comerciais estão em conflito por conta do suprimento de vacinas da Covid-19. Algumas das nações que assinaram a carta estão envolvidas em discussões recentes sobre o envio de lotes de imunizantes.

    A União Europeia e o Reino Unido estão em uma longa guerra de palavras sobre os contratos firmados com a farmacêutica AstraZeneca para o fornecimento da vacina, enquanto alguns estados-membros da UE expressam repetidamente sua frustração sobre a distribuição travada dos imunizantes.

    Mas o grupo que assinou o artigo desta terça-feira está marcado por um tom diferente, reafirmando que a união e a coordenação são as chaves para a derrota de futuras pandemias.

    Entre os autores está o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que já fez alertas sobre o nacionalismo na questão das vacinas e a visão de “eu primeiro” durante a imunização.

    Os líderes mundiais escreveram que estão “comprometidos em assegurar um acesso universal e igualitário a vacinas seguras, eficazes e acessíveis, remédios e diagnósticos para esta e outras pandemias”.

    “Acreditamos que as nações devem trabalhar juntas para selar um tratado para prevenção e resposta a pandemias”, acrescentaram.

    Veja imagens da pandemia da Covid-19 pelo mundo:

     

    Faltam as assinaturas dos EUA, China e Rússia

    Há algumas ausências notáveis na lista de signatários da carta.

    Os líderes dos Estados Unidos, da China e da Rússia não colocaram seus nomes no artigo, mas Adhanom afirma que todos os estados-membros da OMS serão incluídos nas discussões sobre um tratado internacional.

    O chefe da Organização explicou que a carta foi assinada por membros que demonstraram interesse, mas enfatizou que comentários de estados, incluindo os EUA e a China, “foram positivos”.

    “Quando as discussões sobre o tratado das pandemias começarem, todos os estados integrantes serão representados”, disse ele.

    Adhanom falou com a imprensa na terça-feira, em Genebra, após uma reunião com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

    “Há um apoio significativo, não somente dos signatários, mas também através dos contatos bilaterais que temos com todos os países, incluindo nações que não assinaram a carta, mas reagiram de forma positiva à ideia”, disse Michel.

    Até o momento, mais de 127 milhões de casos da Covid-19 foram registrados oficialmente em todo o mundo, de acordo com as estatísticas agregadas pela Universidade Johns Hopkins. O vírus matou mais de 2,7 milhões de pessoas e levou regiões inteiras a uma pausa quase total das atividades durante o último ano.

    A carta conjunta é publicada em um momento onde a Europa tenta evitar uma terceira onda da pandemia e os casos aumentam vertiginosamente no Brasil e na Índia.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).