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    Líderes europeus condenam imagens de Bucha e pedem investigação de militares russos

    Rússia negou as acusações ucranianas de que tenha matado civis na cidade de Bucha

    Soldados ucranianos entram na cidade de Bucha
    Soldados ucranianos entram na cidade de Bucha Reuters

    Niamh KennedyJonny HallamJulia Presniakovada CNN

    Os corpos de pelo menos 20 civis foram encontrados espalhados pelas ruas da cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, após a retirada das forças russas da área em imagens chocantes divulgadas no sábado (2). A Rússia negou as acusações ucranianas de que tenha matado civis na cidade.

    Os mortos, todos em trajes civis, foram encontrados em uma variedade de poses, alguns de bruços contra a calçada, outros para cima com a boca aberta.

    “Três deles estão presos em bicicletas, enquanto outros, com a pele encerada, caíram ao lado de carros atingidos por balas e esmagados”, segundo jornalistas que acessaram a cidade depois de quase um mês.

    O prefeito de Bucha, Anatoliy Fedoruk, disse que os civis mortos receberam tratamento desumano nas mãos das forças russas.

    “Corpos de pessoas executadas ainda se alinham em Bucha. Suas mãos estão amarradas nas costas com trapos ‘civis’ brancos, eles foram baleados na parte de trás de suas cabeças. Então você pode imaginar que tipo de ilegalidade eles perpetram aqui”, Fedoruk disse à Reuters no sábado.

    Nas redes sociais, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que os corpos dos homens encontrados com as mãos amarradas “foram mortos a tiros por soldados russos”.

    Podolyak acrescentou: “Essas pessoas não estavam nas forças armadas. Eles não tinham armas. Eles não representavam ameaça. Quantos outros casos desse tipo estão acontecendo agora nos territórios ocupados?”

    As forças russas se retiraram de várias cidades perto de Kiev nos últimos dias depois que a tentativa de Moscou de cercar a capital falhou, com a Ucrânia declarando que Bucha havia sido “libertada”.

    Rússia nega ter matado civis em Bucha

    Neste domingo, a Rússia negou as acusações ucranianas de que tenha matado civis na cidade de Bucha.

    O Ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que imagens e filmagens mostrando cadáveres eram “mais uma provocação”.

    O ministério acrescentou que todas as unidades militares russas deixaram a cidade em 30 de março.

    Assessor presidencial ucraniano fala em crimes de guerra

    Relatos com origem em cidades da região de Kiev mostram um “quadro pós-apocalíptico” da vida sob ocupação russa, disse o assessor presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych neste domingo (3).

    “Este é um apelo especial destinado a chamar a atenção do mundo para esses crimes de guerra, crimes contra a humanidade, cometidos por tropas russas em Bucha, Irpin e Hostomel”, disse Arestovych.

    “Estas são cidades libertadas, uma imagem de filmes de terror, uma imagem pós-apocalíptica. Vítimas desses crimes de guerra já foram encontradas, incluindo mulheres estupradas que eles tentaram queimar, funcionários do governo local mortos, crianças mortas, idosos mortos, homens mortos, muitos deles com as mãos amarradas, vestígios de tortura e tiros na nuca. Roubos, tentativas de levar ouro, objetos de valor, tapetes, máquinas de lavar”, acrescentou.

    “É claro que isso será levado em consideração pelo Ministério Público da Ucrânia e pelas agências de aplicação da lei e tribunais criminais internacionais”, disse.

    Evidências dos horrores da invasão russa na Ucrânia continuaram a surgir no sábado (2), quando imagens divulgadas pela AFP mostraram os corpos de pelo menos 20 homens civis espalhados pela rua na cidade de Bucha, após a retirada das forças russas da área.

    A Human Rights Watch também divulgou um relatório no domingo alegando crimes de guerra perpetrados por forças russas na Ucrânia contra civis nas áreas ocupadas das regiões de Chernihiv, Kharkiv e Kiev, incluindo execuções sumárias, estupros e saques.

    Líderes condenam imagens de Bucha

    A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, acusou neste domingo (3) as forças russas de cometer “atos terríveis” nas cidades ucranianas de Bucha e Irpin e exigiu que os ataques sejam investigados como crimes de guerra.

    “À medida que as tropas russas são forçadas a recuar, estamos vendo evidências crescentes de atos terríveis das forças invasoras em cidades como Irpin e Bucha”, disse Truss em comunicado.

    “Seus ataques indiscriminados contra civis inocentes durante a invasão ilegal e injustificada da Ucrânia pela Rússia devem ser investigados como crimes de guerra”, acrescentou Truss.

    Os corpos de pelo menos 20 homens civis foram encontrados espalhados por uma rua na cidade de Bucha, a Noroeste de Kiev, após a retirada das forças russas da área em imagens perturbadoras divulgadas pela AFP no sábado. A CNN solicitou comentários do Ministério da Defesa russo sobre as alegações de execução de civis na região de Kiev e em outras partes da Ucrânia.

    Truss enfatizou que a Rússia não deve “encobrir seu envolvimento nessas atrocidades por meio de desinformação cínica”, acrescentando que o Reino Unido fará sua parte para garantir que isso não ocorra.

    A Truss deu total apoio do Reino Unido a “qualquer investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) em seu papel de instituição primária com mandato para investigar e processar crimes de guerra”. Em 24 de março, o Reino Unido ofereceu ao TPI um financiamento adicional de £ 1 milhão para auxiliar os esforços de investigação de crimes de guerra russos.

    Na semana passada, a procuradora-geral da Inglaterra e do País de Gales, Suella Braverman, ofereceu a assistência do advogado britânico Howard Morrison ao procurador-geral ucraniano.

    Ela disse em um comunicado que ele “forneceria aconselhamento jurídico independente e especializado à procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova em relação à investigação e julgamento de crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia”.

    Outros líderes europeus também pediram que as ações dos militares russos em Bucha fossem investigadas:

    “Amedrontado com relatos de horrores indescritíveis em áreas das quais a Rússia está se retirando. “Uma investigação independente é urgentemente necessária”, publicou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no Twitter no domingo. “Os autores de crimes de guerra serão responsabilizados”.

    A chefe do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que se tornou a primeira líder de uma instituição da União Europeia a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa, quando fez uma visita a Kiev na sexta-feira, disse que as imagens de Bucha e outras áreas libertadas na Ucrânia mostram a “realidade fria dos crimes de guerra de Putin”.

    Em uma publicação no Twitter no domingo, Metsola disse que estava “chocada” com as “atrocidades do exército russo em Bucha e outras áreas libertadas” e enfatizou que o mundo deve estar “consciente do que está acontecendo” na Ucrânia e “sanções mais duras devem ser impostas” em retaliação à Rússia.

    “Os criminosos e seus comandantes devem ser levados à justiça”, concluiu.

    O chanceler alemão Olaf Scholz chamou as imagens de Bucha de “terríveis e horríveis” e disse que os autores devem ser responsabilizados.

    “Devemos investigar implacavelmente esses crimes cometidos pelos militares russos. Exijo que organizações internacionais como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha tenham acesso a essas áreas para documentar de forma independente as atrocidades. Os criminosos e aqueles que os encomendaram devem ser responsabilizado consistentemente”, disse Scholz.

    A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que as imagens que saem da cidade ucraniana de Bucha são “insuportáveis”.

    Baerbock publicou no Twitter no domingo que “a violência desenfreada de Putin acaba com famílias inocentes e não conhece limites”, e pediu que os responsáveis ​​por “crimes de guerra” sejam responsabilizados.

    “Vamos apertar as sanções contra a Rússia e apoiar ainda mais a Ucrânia com sua defesa”, ela publicou.

    O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, alertou que, se o que ele chamou de “abusos maciços” em Bucha, na Ucrânia, forem crimes de guerra, os responsáveis ​​serão “julgados e condenados”.

    “A pressão econômica e internacional mais forte possível deve ser mantida e reforçada sobre a Rússia para forçar as autoridades russas a pôr fim à guerra de agressão que eles lançaram em 24 de fevereiro contra a Ucrânia, cujo custo humano e impacto humanitário estão se tornando mais graves a cada dia”, disse Le Drian em comunicado na tarde de domingo.

    Com informações de Nathan Hodge, James Frater, Stephanie Halasz e Niamh Kennedy da CNN, e da Reuters

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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