Líder indígena que denunciava mineração ilegal é morto na Venezuela
Virgilio Trujillo Arana, de 38 anos, era um defensor da Amazônia venezuelana e havia formado grupos comunitários para atuar como guardiões do município de Autana
Um líder indígena venezuelano que se opunha a grupos armados e mineração ilegal foi morto a tiros na quinta-feira (30) em Puerto Ayacucho, capital do Amazonas, disseram uma organização não governamental e três pessoas com conhecimento do caso.
Virgilio Trujillo Arana, um indígena Uwottuja de 38 anos, era um defensor da Amazônia venezuelana e havia formado grupos comunitários para atuar como guardiões do município de Autana, no Amazonas.
“Em vida, Trujillo Arana se opôs fortemente à presença de grupos estrangeiros e à exploração ilegal de mineração nos territórios indígenas do povo Uwottuja, na área do Alto Guayapo”, escreveu no Twitter a Organização Não-Governamental (ONG) de direitos indígenas.
A comunidade de Uwottuja é composta por cerca de 15.000 pessoas.
ONGs e um relatório das Nações Unidas denunciaram a presença de grupos criminosos violentos que controlam minas de ouro na selva.
O Ministério da Comunicação e Informação e o Ministério Público não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Comunidades da cidade de Uwottuja anunciaram em fevereiro passado sua decisão de defender seu território contra uma “invasão silenciosa” por grupos criminosos, rejeitando a exploração ilegal de mineração, bem como o uso de suas terras para atividades ilícitas.
A mineração está proibida desde 1989 no estado do Amazonas, no sul da Venezuela, que não faz parte do chamado Arco Minero, uma zona de exploração de ouro de 111 mil quilômetros quadrados criada por decreto em 2016 pelo governo do presidente Nicolás Maduro cobrindo.
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu ao governo que regularize as atividades de mineração e garanta que sejam realizadas de acordo com os padrões internacionais e ambientais.