Líder holandês de extrema-direita luta para formar novo governo
Geert Wilders encontra dificuldades em negociar alianças com partidos de direita
O político holandês de extrema-direita Geert Wilders disse nesta quarta-feira (29) que formar um governo minoritário com ele como primeiro-ministro é uma possibilidade.
A declaração acontece depois da vitória do seu partido, o Partido da Liberdade (PVV), na eleição da semana passada. A sigla conquistou o maior número de cadeiras no parlamento holandês, mas não obteve maioria.
Os dois maiores partidos de direita com os quais Wilders esperava trabalhar disseram nesta quarta que não estão dispostos a entrar em negociações de alianças com ele, deixando-o, por enquanto, sem caminho para formar um novo governo.
Falando a jornalistas após a sua primeira reunião com o indicado para liderar a fase inicial das negociações, Wilders disse que seria moderado nas discussões com potenciais parceiros, e não descartou cenários de um governo minoritário.
O partido conservador VVD, do atual primeiro-ministro, Mark Rutte, que está em fim de mandato, repetiu na quarta-feira que não se juntaria a um gabinete com Wilders. A justificativa seria a necessidade de manter a disciplina fiscal e a posição da Holanda em organizações internacionais como a Otan e a União Europeia. No entanto, o VVD está disposto a oferecer apoio a Wilders em questões como a imigração.
Pieter Omtzigt, líder do partido de centro-direita Novo Contrato Social (NSC), também disse que “não está pronto” para iniciar negociações Wilders, citando partes da plataforma do partido PVV que contradizem as proteções constitucionais holandesas sobre liberdade de religião.
O partido PVV, de Wilders, obteve cerca de 24% dos votos e precisa de parceiros para formar alguma coligação.
O maior partido de esquerda, o Trabalhista/Esquerda Verde, descartou completamente a possibilidade de trabalhar com Wilders.
“É impossível, é impossível”, disse o líder Frans Timmermans na quarta-feira, dizendo que o seu partido não poderia cooperar com um partido que “não respeita a constituição e exclui grandes grupos de pessoas”.
