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    Líder de Mianmar, Nobel da Paz Suu Kyi é detida e militares tomam poder

    Mudança ocorre após dias de escalada de tensão entre o governo civil e poderosos militares

    Kocha Olarn, Helen Regan and Ben Westcott, , da CNN

     

    Aung San Suu Kyi, líder de Mianmar
    Foto: Fórum Econômico Mundial / Wikimedia communs

     

    A líder de Mianmar, a vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, e outras autoridades do governo foram detidos por militares neste domingo (31), disse um porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (NLD), partido que está no poder, à CNN.

    “O conselheiro estadual Daw Aung San Suu Kyi e algumas outras figuras importantes estão sendo detidos (na capital) Naypyidaw”, disse o porta-voz Myo Nyunt.

    O porta-voz disse que vários ministros de grandes estados de Mianmar foram detidos pelos militares, além de Suu Kyi. 

    Em um discurso na televisão militar Myawaddy TV, os militares de Mianmar disseram que detiveram líderes políticos importantes em resposta a “fraude eleitoral” e declararam estado de emergência, tomando controle do governo no momento. 

    O poder foi entregue ao chefe do exército, Min Aung Hlaing, de acordo com a Reuters.

    Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken – entre outros líderes mundial -, condenaram a prisão de Suu Kyi e pediram que os militares “respeitem a vontade do povo“.

     

    Em comunicado, a NLD repassou chamado de Suu Kyi para que a população “rejeite e proteste contra o golpe” e uma afirmação da líder de que os militares estão colocando o país “de volta na ditadura”.

    Em 1991, Suu Kyi recebeu o Nobel da Paz “por sua luta não-violenta pela democracia e direitos humanos”.

    A tomada do poder pelo Exército ocorre após dias de escalada de tensão entre o governo civil e poderosos militares, após uma eleição que o exército diz ter sido fraudulenta, informou a Reuters.

    A NLD reivindicou vitória após uma eleição em novembro de 2020, a segunda votação democrática do país desde o fim do regime militar em 2015.

    Em uma declaração de 29 de janeiro, 16 missões internacionais em Mianmar exortaram os militares do país a aderir às normas democráticas. “Nós nos opomos a qualquer tentativa de alterar o resultado das eleições ou impedir a transição democrática de Mianmar”, disse o comunicado, que foi assinado por missões dos EUA, Reino Unido e União Europeia.

    “Apoiamos todos aqueles que trabalham por maiores liberdades democráticas, paz duradoura e prosperidade inclusiva para o povo de Mianmar”.

    A organização não governamental de direitos humanos Burma Rights UK disse em um post em seu Twitter que a notícia da detenção de Suu Kyi foi “devastadora”. “Isso precisa ser enfrentado com a resposta internacional mais forte. Os militares precisam entender que cometeram um grande erro de cálculo ao pensar que podem se safar com isso”, disse o grupo.

    Ganhadora do Nobel da Paz pela luta reconhecida por direitos humanos, Suu Kyi foi uma heroína da democracia em seu país natal, Mianmar, por ser uma ex-prisioneira política que passou duas décadas em prisão domiciliar e filha do ícone da independência assassinado, Suu Kyi.

    Desde que seu partido obteve uma vitória esmagadora em 2015, ela tem sido líder de Mianmar e ocupou o cargo de conselheira de estado – um título inventado como uma brecha na constituição que a impedia de se tornar presidente. 

    Mas sua reputação internacional foi manchada nos últimos anos por acusações de genocídio contra a população muçulmana Rohingya de Mianmar. Mianmar nega as acusações e há muito tempo afirma ter alvejado terroristas.

    (Com informações da Reuters)

     

     

     

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