Líder da oposição em Belarus pede novos protestos e recontagem de votos
Em vídeo, Sviatlana Tsikhanouskaya – que se refugiou na Lituânia – estimulou novas manifestações contra Alexander Lukashenko, que está há 26 anos no poder


A líder da oposição em Belarus Sviatlana Tsikhanouskaya pediu mais protestos pacíficos nesta sexta-feira (14) e fez um apelo a seus apoiadores para que assinem uma petição online que exige uma recontagem dos votos da eleição presidencial, que acredita que foi fraudada.
Em um vídeo publicado no YouTube, Tsikhanouskaya, que está na vizinha Lituânia, também pediu aos apoiadores que exijam uma investigação oficial sobre as alegações de que a votação de domingo foi fraudada.
Também nesta sexta-feira, o governo começou a libertar milhares de manifestantes detidos em meio a uma repressão violenta depois de emitir um pedido de desculpas raro na tentativa de apaziguar os protestos de âmbito nacional, que atualmente representam a maior ameaça ao presidente Alexander Lukashenko em seus 26 anos no poder.
Ao menos dois manifestantes morreram, e cerca de 6,7 mil foram detidos na operação repressiva. Mas uma nova rodada de protestos começou na manhã desta sexta-feira, quando pessoas formaram cadeias humanas na capital, Minsk, e a pressão exterior contra Lukashenko cresceu.
Assista e leia também:
Em meio a confrontos em Belarus, Lituânia diz que abriga opositora de Lukashenko
Protestos tomam Belarus após indicação de vitória de Lukashenko para 6º mandato
Ministros das Relações Exteriores da União Europeia devem realizar uma reunião de emergência ainda nesta sexta para debater possíveis sanções ao país.
Ursula von der Leyen, a chefe da Comissão Europeia, o Executivo do bloco, tuitou:
“Precisamos de sanções adicionais contra aqueles que violaram valores democráticos ou abusaram dos direitos humanos em Belarus. Tenho confiança de que o debate de hoje dos ministros das Relações Exteriores da UE demonstrará nosso apoio firme aos direitos do povo de Belarus a liberdades fundamentais e à democracia.”
A chanceler alemã, Angela Merkel, exigiu a libertação incondicional e imediata dos manifestantes detidos, disse seu porta-voz.

Segundo uma citação da agência de notícias oficial BelTA, o chanceler bielorrusso, Vladimir Makei, disse nesta sexta-feira que seu país está pronto para um “diálogo construtivo e objetivo” com seus parceiros estrangeiros sobre eventos ligados à eleição presidencial e seus desdobramentos.
Em seu vídeo, Tsikhanouskaya pediu diálogo e protestos pacíficos. “Precisamos deter a violência nas ruas das cidades bielorrussas. Conclamo as autoridades a detê-la e a iniciar o diálogo.”
“Peço aos prefeitos de todas as cidades, em 15 e 16 de agosto, para agirem como organizadores de reuniões em massa pacíficas em cada cidade grande ou pequena”, disse.
Manifestantes dizem que o fato de Lukashenko ter recebido oficialmente 80% dos votos mostra que a eleição foi profundamente manipulada.