Líbia diz que prefeito de Derna e outras autoridades foram detidas após enchente
Colapso de barragens inundou a cidade há duas semanas e deixou ao menos 11.300 mortos
O prefeito de Derna, no leste da Líbia, foi detido junto com outras autoridades por suspeita de má administração e negligência em relação ao colapso das barragens que inundou a cidade há duas semanas. As prisões foram confirmadas pelo gabinete da procuradoria do país nesta segunda-feira (25).
O número de mortos na tragédia chegou a ao menos 11.300 na cidade, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre os detidos estão o prefeito e um funcionário encarregado dos recursos hídricos, informou a procuradoria, sem identificá-los.
Moradores revoltados culparam as autoridades pelo colapso das represas, que foram construídas para conter o fluxo no leito sazonal do rio que atravessa a cidade.
Um contrato de 2007 para reparar as barragens nunca foi concluído em meio à guerra civil que começou com a revolta, apoiada pela Otan, que derrubou Muammar Gaddafi em 2011. Derna foi controlada até 2019 por combatentes de uma série de grupos, incluindo o Estado Islâmico.
Manifestantes incendiaram a casa do prefeito Abdulmenam al-Ghaithi na semana passada.
A administração no leste do país determinou, então, a suspensão do prefeito e a demissão do conselho da gestão local.
Milhares de pessoas morreram por causa das enchentes e outras milhares ainda estão desaparecidas, com prédios inteiros levados pelo mar.
Equipes internacionais de resgate continuam os esforços para recuperar corpos sob os escombros e no porto da cidade, apesar da redução da esperança de encontrar sobreviventes.
A inundação e os esforços de resgate também expuseram o atrito entre o governo central e uma administração rival que controla o leste do país e não reconhece as autoridades em Trípoli.