Líbano e Israel entram em confronto no Conselho de Segurança da ONU
Conselho de Segurança se reuniu nesta sexta-feira (20) sobre os ataques desta semana no Líbano
Os enviados do Líbano e de Israel entraram em confronto no Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta sexta-feira (20), após uma série de ataques israelenses no Líbano visando o grupo apoiado pelo Irã, o Hezbollah.
Ministro das Relações Exteriores libanês Abdallah Bou Habib alertou que ninguém no mundo estaria seguro após a detonação de pagers e walkie-talkies em seu país, chamando a onda de dispositivos de comunicação explodindo de um “ataque terrorista”.
“Se este ataque terrorista não for condenado pelo seu conselho e se você não nomear o perpetrador, se você não dissuadir o perpetrador, condená-lo e obrigá-lo a parar tais agressões, a credibilidade deste conselho de direito internacional e de direitos humanos estará em jogo”, disse no conselho.
Pelo menos 37 pessoas foram mortas nos ataques desta semana visando dispositivos de comunicação mantidos por integrantes do Hezbollah. Mais de 3 mil pessoas ficaram feridas.
O embaixador israelense Danny Danon respondeu, criticando Bou Habib por não mencionar o Hezbollah apoiado pelo Irã em seus comentários.
Em seu próprio discurso ao conselho, Danon acusou o Hezbollah de violar o direito internacional. Embora Israel não busque um conflito regional mais amplo, não permitirá que o grupo continue o que ele chamou de “provocações”, ele disse.
Israel e o Hezbollah têm trocado tiros na fronteira entre Israel e Líbano por quase um ano, forçando dezenas de milhares de residentes libaneses e israelenses a fugir das áreas de fronteira.
Danon disse que se o Hezbollah não recuar da fronteira sul do Líbano com Israel, de volta ao norte do Rio Litani por meio de esforços diplomáticos, Israel usaria qualquer meio para defender seus cidadãos.
O enviado israelense fez referência à resolução 1701 da ONU – que estipula que as forças do Hezbollah devem se retirar ao norte do Rio Litani, e que apenas os militares libaneses devem manter posições na área de fronteira.