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    Le Pen faz nova ameaça de retirar apoio ao governo da França

    Proposta atual prevee aumento de impostos e cortes de gastos para reduzir déficit do país

    Tassilo Hummelda Reuters

    A líder da ultradireita francesa, Marine Le Pen, fez uma nova ameaça nesta segunda-feira (25) de derrubar o governo de coalizão da França com um voto de desconfiança, após as negociações com o primeiro-ministro, Michel Barnier, não conseguirem atender às exigências do partido sobre concessões orçamentárias.

    Le Pen relatou que após o encontro nenhuma mudança tinha sido feita e que não estava otimista quanto à possibilidade de se chegar a um acordo sobre o projeto de lei orçamentária para 2025.

    “Nada parece menos certo”, pontuou Le Pen aos repórteres.

    Refletindo o risco cada vez maior de que o governo de Barnier possa cair, o prêmio que os investidores exigem para manter os títulos franceses chegou a níveis jamais vistos em mais de 12 anos.

    O Senado francês começou a debater o projeto de lei nesta segunda-feira (25), após a rejeição pelos parlamentares da Assembleia Nacional, e depois que deputados de esquerda o revisarem fortemente na Câmara Baixa, acrescentando dezenas de bilhões de euros em aumentos de impostos.

    Agora os partidos de oposição estão ameaçando derrubar o governo de Barnier por conta do Orçamento, e sua frágil coalizão conta com o apoio tácito do partido Reunião Nacional, de Le Pen, para sobreviver.

    O governo francês está tentando economizar 60 bilhões de euros por meio de aumentos de impostos e cortes de gastos para reduzir o déficit para 5% da produção econômica no próximo ano, em comparação com os mais de 6% deste ano.

    O Reunião Nacional destacou que apoiará os esforços para destituir o governo se suas exigências não forem atendidas.

    Le Pen afirmou na semana passada que seu partido se opõe ao aumento da carga tributária sobre famílias, empresários ou aposentados e que, até o momento, essas exigências não foram refletidas no projeto de lei orçamentária.

    Barnier está lutando para manter o orçamento de 2025 dentro das metas de déficit do governo, depois de fazer concessões previdenciárias aos parlamentares conservadores e conceder a alguns ministérios orçamentos um pouco maiores, depois de reclamações.

    O ministro do Orçamento da França, Laurent Saint-Martin, reconheceu nesta segunda que o déficit orçamentário pode ser um pouco maior do que os 5% da produção originalmente previstos.

    Barnier se reunirá com outros líderes políticos nesta segunda para buscar um acordo sobre o projeto de lei orçamentária. O Senado votará o Orçamento geral em 12 de dezembro.

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