Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Kim Jong-un faz primeira aparição em semanas e fala em ‘dissuasão’ nuclear

    O líder da Coreia do Norte discutiu a possibilidade de aumentar a dissuasão da guerra nuclear e colocar as forças armadas em uma operação de alerta máximo

    Líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em foto de arquivo
    Líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em foto de arquivo Foto: KCNA/via REUTERS

    O líder norte-coreano Kim Jong-Un organizou uma reunião para discutir as capacidades nucleares do país, informou a mídia estatal neste domingo (24). O fato marca sua primeira aparição em três semanas depois que uma ausência anterior provocou especulações globais sobre sua saúde.

    Autoridades do Partido dos Trabalhadores – que governam o país – usavam máscaras para cumprimentar Kim quando ele entrou na reunião da Comissão Militar Central do partido, conforme mostrou a televisão estatal. No entanto, ninguém, incluindo o próprio líder supremo, foi visto usando uma máscara durante a reunião.

    Em meio às negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, a reunião discutiu medidas para reforçar as Forças Armadas da Coreia do Norte e “conter, de forma confiável, as grandes ou pequenas ameaças militares persistentes das forças hostis”, disse a agência de notícias estatal KCNA.

    O encontro discutiu “aumentar a dissuasão da guerra nuclear do país e colocar as forças armadas estratégicas em uma operação de alerta máximo”, além de adotar “medidas cruciais para aumentar consideravelmente a capacidade de poder de fogo de ataque das peças de artilharia”, afirmou o documento.

    Assista e leia também:

    Preço do petróleo cai 4% sob tensão entre EUA e China e dúvidas sobre demanda
    Protesto contra imposição de leis pela China em Hong Kong é dispersado com gás
    Embaixada da China: ‘Relação norteada pelos princípios de respeito recíproco’

    Kim fez um número atipicamente pequeno de saídas nos últimos dois meses, com a ausência de um aniversário importante que provocou especulações sobre sua condição, já que Pyongyang intensificou as medidas contra a pandemia do novo coronavírus. 

    A Coreia do Norte diz que não tem casos confirmados de Covid-19, mas a agência de inteligência da Coreia do Sul disse que não pode descartar que o Norte teve um surto.

    As negociações lideradas pelos EUA, com o objetivo de desmantelar os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, fizeram pouco progresso desde o final do ano passado, especialmente após o início de uma batalha global contra o vírus.

    O principal diplomata do governo chinês, Wang Yi, expressou esperança neste domingo (23) de que os Estados Unidos e a Coreia do Norte possam retomar um diálogo significativo o mais rápido possível, “e não desperdiçar os resultados conquistados com muito esforço pelo envolvimento [anterior]”.

    A promessa da Coreia do Norte de aumentar suas capacidades nucleares coincide com as notícias de que os Estados Unidos podem realizar seu primeiro teste nuclear desde 1992, observou Leif-Eric Easley, que leciona estudos internacionais na Universidade Ewha Womans, em Seul, na Coreia do Sul. 

    “A intenção em Washington de ponderar essa medida pode ser pressionar a Rússia e a China a melhorar os compromissos e a aplicação do controle de armas”, disse Easley. “Mas não apenas essa abordagem pode incentivar mais riscos nucleares por esses países, como também pode dar a Pyongyang uma desculpa para sua próxima provocação”, analisa.