Justiça dos EUA amplia restrição contra mulher que agrediu brasileira no trânsito
Norte-americana está proibida de se aproximar de Raissa Garcia por um ano
A Justiça dos Estados Unidos ampliou por mais um ano a restrição de aproximação contra Michelle Milburn, que agrediu a brasileira Raissa Garcia no estado de Massachussets.
As duas ficaram frente a frente pela primeira vez nesta quarta-feira (19) durante audiência na Corte Distrital de Framingham, que decidiu estender a punição à agressora. Ela havia recebido uma primeira ordem de restrição em 4 de abril.
Em entrevista à CNN, Raissa Garcia contou que o encontro com a agressora foi difícil. “A gente sempre acha que tá preparada, mas não tá. Ela olhava pra mim o tempo todo, senti um pavor muito grande”, relatou.
A restrição foi imposta depois que Michelle voltou ao local para pegar imagens de câmeras de segurança. Para a brasileira, a situação configurou perseguição. A norte-americana chegou a ser presa, mas pagou fiança e responde ao processo de agressão em liberdade.
O vídeo da agressão acabou viralizando nas redes sociais e serviu de evidência pela Justiça para a ampliação da restrição.
A vítima estava parada no trânsito quando começou a ser alvo de xingamentos. A agressora gritava “aqui é América” para a brasileira. Quando o semáforo abriu, Raissa teve o carro fechado. Michelle desceu do carro com uma faca na mão.
Raissa diz que sofreu uma tentativa de enforcamento, foi agredida com socos na cabeça e foi derrubada no chão.
A agressora ainda teria jogado o carro na direção da brasileira antes de fugir. Raissa deixou o local de ambulância. Ela sofreu ferimentos no pescoço, no ombro, nas pernas, na cabeça e na região das costelas. A brasileira ainda perdeu um dente.
“Quando eu vi que já não estava suportando mais, porque ela é o dobro do meu tamanho, eu fui tentar para ela, e ela jogou o carro em cima de mim para me atropelar. e foi onde ela fugiu”, contou.
Raissa é mãe solteira, vive nos Estados Unidos desde 2018, quando deixou o Brasil para fugir da violência doméstica que sofria, e trabalha como faxineira. A defesa dela dará prosseguimento a um processo civil de indenização e seguir com o processo criminal.
“A esperança é que a justiça seja feita, que a gente consiga ser amparado, eu e meus filhos, para que a gente consiga seguir em frente de tudo isso”, afirma a vítima.